A plataforma de TVDE Pinker, exclusiva para mulheres, foi suspensa pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) a dias de entrar em funcionamento.
O IMT diz ter dúvidas sobre a legalidade do serviço, que é muito semelhante à Uber e Bolt, mas onde tanto clientes como motoristas são (só) mulheres.
O instituto defende que "não pode haver discriminação na atividade de transporte individual e remunerado de passageiros" em TVDE e que esse serviço não pode ser prestado ou recusado por um operador, em função de critérios eliminatórios que incluem, entre outros, a idade, o sexo, o estado civil, a orientação sexual, a situação económica, a nacionalidade ou a religião.
Apesar disso, a suspensão não significa o fim da Pinker. O IMT pediu mais esclarecimentos à plataforma. Se os argumentos forem considerados satisfatórios, a restrição pode mesmo vir a ser levantada.
Recorde-se que, segundo as promotoras da Pinker, esta pretende dar às mulheres que usam TVDE mais "segurança e conforto", do que as restantes empresas já disponíveis no mercado e numa altura em que já foram relatados vários incidentes nestas plataformas de transporte.
A Pinker era para começar a operar em breve em Lisboa, estendendo-se depois ao Porto e a outras cidades. No entanto, com a suspensão do IMT, os planos foram adiados.
As promotoras garante que o serviço já se encontra licenciado em Portugal e noutros países europeus e que segue uma tendência global. No Brasil existe um serviço de transportes só para mulheres desde 2017, a Lady Driver.
Neste caso, os homens também podem entrar dentro dos veículos, mas só se forem acompanhados por, pelo menos, uma mulher.
Mas há outras plataformas muito semelhantes já a circular nos EUA, Austrália e África do Sul.
Recorde-se que as plataformas existentes em Portugal têm já alguma proteção para as mulheres. A Bolt, por exemplo, tem disponível um "kit de ferramentas de segurança", que inclui o 'unmatching', que permite "não voltar a encontrar um motorista classificado com uma estrela", assim como a possibilidade de partilhar o trajeto da viagem com alguém ou mesmo um botão SOS que liga diretamente aos serviços de emergência.
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