O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, rejeitou, esta segunda-feira, a existência de uma contradição entre as novas medidas para a imigração e o plano que foi anunciado para contratar funcionários estrangeiros para cumprir as obras do Plano de Recuperação e Resiliência.
"Haveria contradição se tivéssemos fechado uma porta e criássemos um novo regime", disse, acrescentando que o estava a ser feito atualmente era a aplicação "célere" das vias já existentes da migração.
Em Lisboa, o governante falou ainda de entradas, que agora sofreram uma mudança. "Portugal tinha um regime - que não tinha par no resto da Europa - de uma entrada chamada manifestação de interesses em que as pessoas vinham - com ou sem contrato de trabalho, entrada legal ou ilegal, com ou sem visto", começou por apontar em declarações aos jornalistas, acrescentando: "Isso era uma entrada descontrolada que era desaconselhada por todas as autoridades europeias e todos os especialistas. Era errado ter uma porta escancarada".
Note-se que, no mesmo âmbito, na semana passada foram divulgados alguns números. O mesmo governante deu conta de que em seis meses, o Estado multiplicou "por seis a sua capacidade de atendimento" na Agência para a Integração Migrações e Asilo e que 113 mil processos de regularização estão já a andar. Antes, eram atendidos 800 imigrantes por dia na AIMA, hoje "o Estado está a atender 5 mil por dia", garantiu Leitão Amaro na semana passada.
O ministro falou ainda sobre o trabalho do atual Governo, afirmando: "O que é que estamos a trabalhar simultaneamente? Fechamos a porta do descontrolo e regulamos e agilizamos a porta da entrada regular. Isto significa que as pessoas que veem trabalhar não devem estar à espera de obtenção de um visto dois anos".
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