IGAI quer ouvir polícia envolvido na morte de Odair na próxima semana

Além do processo judicial, recorde-se, estão a decorrer na IGAI e na PSP processos de âmbito disciplinares. IGAI notificou a defesa do agente para que este se apresente para interrogatório.

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© Reprodução Facebook / PSP - Comando Metropolitano de Lisboa

Notícias ao Minuto com Lusa
11/12/2024 23:34 ‧ há 2 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

País

IGAI

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), responsável pelo inquérito disciplinar sobre a morte de Odair Moniz, na Cova da Moura, deverá ouvir o agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) envolvido no caso na próxima semana, avança a CNN Portugal. 

 

De acordo com a estação, a IGAI notificou a defesa do agente para que este se apresente para interrogatório, o que deverá acontecer já na próxima semana. Já tinha sido hoje conhecido que o agente da PSP tinha, nos últimos dias, sido notificado para prestar declarações junto da IGAI na qualidade de testemunha.

O inquérito na IGAI, recorde-se, foi ordenado pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que determinou que fosse feito "com caráter de urgente".

Já no âmbito do processo judicial em curso, o agente, que está de baixa médica, foi ouvido esta quarta-feira pelo Ministério Público no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, no Campus da Justiça.

No final do interrogatório, o advogado do polícia, Ricardo Serrano Vieira, disse aos jornalistas que havia uma arma branca no local do crime, escusando-se a avançar com mais pormenores.

Já fonte judicial adiantou à Lusa que a arma branca, que alegadamente pertencia a Odair Moniz, foi apreendida pelas autoridades e consta do processo

A mesma fonte adiantou que o polícia optou hoje por não prestar declarações perante o MP, uma vez que a defesa do arguido ainda não teve acesso ao processo, por se encontrar sujeito a segredo de justiça.

Segundo a fonte, o arguido foi hoje confrontado pelo MP com a prova indiciária.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

De acordo com a versão oficial da PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

Nessa semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados.

[Notícia atualizada às 23h48]

Leia Também: Arma branca que pertenceria a Odair Moniz foi apreendida e consta do processo

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