O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, mostrou-se este sábado "profundamente preocupado" com o novo modelo de acesso às urgências de ginecologia e obstetrícia, que estabelece a necessidade de um contacto telefónico prévio com a linha SNS 24. Para o socialista, o novo modelo só mostra que o Governo é "incapaz de resolver o problema da falta de médicos do Serviço Nacional de Saúde" e nem tem "uma estratégia".
"É muito preocupante porque significa que este é um Governo que desistiu do SNS e julga que pode resolver os problemas com telefonemas. É mais uma decisão que nos preocupa, numa área para a qual o Governo tinha feito muitas promessas. Temos problemas que têm muitos anos. O Governo fez muitas promessas de resolução e não conseguiu", afirmou Pedro Nuno, em declarações aos jornalistas na chegada ao Palácio de D. Manuel, onde vai, este sábado, apresentar os candidatos autárquicos do PS no Alentejo.
Outro dos temas com que Pedro Nuno Santos se mostrou preocupado foi a avaliação de impacto ambiental para a ampliação do aeroporto, que acredita que o Governo "muito dificilmente" conseguirá evitar.
"Este Governo, quando tomou posse, quis passar a ideia de que decidia rápido, mas decidiu mal. Na altura dissemos que muito dificilmente era possível evitar uma avaliação do impacto ambiental e que, a haver, seria muito difícil ter uma avaliação para ampliar um aeroporto. Avisámos, o Governo não quis saber e hoje sabemos que é preciso fazer. Muito dificilmente a teremos, o que prova a incompetência e incapacidade de o Governo perceber a diferença entre um anúncio e concretização", explicou o secretário-geral do PS.
Questionado sobre as previsões do Banco de Portugal e a possibilidade de haver défice em 2025, Pedro Nuno disse apenas que "devemos levar muito a sério o que diz o governador do Banco de Portugal" por ser alguém com "uma grande respeitabilidade e resultados que são reconhecidos em toda a Europa".
"Devemos dar muita atenção ao que diz o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, porque sabe do que fala. Temos de ser realistas e ouvir as instituições. O Banco de Portugal é uma instituição muito importante e temos de levar mesmo a sério o que diz o governador", sublinhou o socialista.
Em relação às presidenciais, recusou voltar a comentar o assunto. Preferiu focar-se nas autárquicas e na apresentação dos candidatos socialistas em Évora.
"Évora é uma capital de um distrito muito importante para o país e região extraordinária, como é o Alentejo. Precisamos de uma mudança em Évora. Temos um grande candidato, Carlos Zorrinho, para termos Évora como líder desta região do Alentejo. Temos tempo, muitas oportunidades para falar sobre presidenciais", acrescentou.
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