Câmara de Lisboa decide atribuir Chave de Honra da Cidade a Salgueiro Maia

A Câmara de Lisboa aprovou uma proposta do Livre para uma homenagem, a título póstumo, a Salgueiro Maia, um dos capitães na Revolução de 25 de Abril de 1974, tendo decidido atribuir-lhe a Chave de Honra da Cidade.

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Lusa
18/12/2024 22:00 ‧ há 3 horas por Lusa

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Salgueiro Maia

"Fernando José Salgueiro Maia, o 'capitão sem medo', foi o rosto da ação militar revolucionária que pôs fim à mais antiga ditadura da Europa e que conduziria ao fim da mais longa Guerra Colonial em África", afirmou a vereadora do Livre Patrícia Gonçalves, na apresentação da proposta em reunião pública do executivo municipal.

 

A proposta foi aprovada por unanimidade, determinando uma homenagem, a título póstumo, com a atribuição da Chave de Honra da Cidade de Lisboa a Salgueiro Maia, "em reconhecimento pelos serviços prestados e em louvor do seu combate pela democracia, pela cidadania, pela liberdade, pela paz em Lisboa e em Portugal".

"Todas as homenagens a Salgueiro Maia nunca serão demais. Sobretudo em Lisboa, palco da história de que foi o maior protagonista", disse a vereadora do Livre, referindo que a ideia desta homenagem foi do munícipe Fernando Antunes.

A proposta surgiu no âmbito das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, que se comemoraram este ano, e o que se pretende agora é que a atribuição da Chave de Honra da Cidade possa ocorrer "no decorrer do mês de abril de 2025", se possível, no dia 25 de abril ou, em alternativa, no dia 02 em que foi aprovada a Constituição da República Portuguesa de 1976 ou no dia 04 em que Salgueiro Maia faleceu.

A Chave de Honra da Cidade é atribuída a personalidades de reconhecido mérito que se notabilizaram e prestaram relevantes serviços à cidade, indicou a vereadora Patrícia Gonçalves.

Para o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), a homenagem a Salgueiro Maia é "uma ideia extraordinária para a cidade" e "uma homenagem justíssima", afirmando que este capitão de Abril foi "um homem absolutamente único na história do país".

Beatriz Gomes Dias, do BE, realçou o 25 de Abril de 1974 como das "datas mais extraordinárias" da história coletiva de Portugal, que "pôs fim a 13 anos de violência, de tortura, de morte e de muito sofrimento", com a libertação dos povos dos países africanos que foram ocupados por Portugal.

Também o PCP e o PS se associaram a esta distinção a Salgueiro Maia, destacando o papel que teve na Revolução de Abril.

Neste âmbito, o vereador do PCP João Ferreira questionou o "facto bastante incómodo que está por resolver" sobre a atribuição da Medalha de Honra da Cidade a Celeste Caeiro, que tornou o cravo símbolo do 25 de Abril de 1974, uma vez que a mulher morreu sem receber essa homenagem, que já estava aprovada há seis meses.

"A intenção era entregar a Medalha e, infelizmente, fomos tarde demais", afirmou Carlos Moedas, referindo que "o mais depressa possível" será feita essa homenagem, a título póstumo, em articulação com a família de Celeste Caeiro.

Por proposta da liderança PSD/CDS-PP, a câmara aprovou, por unanimidade, a atribuição da Medalha Municipal de Mérito Desportivo aos futebolistas António José Conceição Oliveira, conhecido por Toni, e Vicente da Fonseca Lucas, apelidado de Mandjombo.

Neste âmbito, a vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, alertou para o "desequilíbrio de género que existe na atribuição de medalhas", referindo que nas Medalhas de Mérito da Cidade há a distinção de 24 homens e três mulheres, o que representa "uma desproporcionalidade muito significativa", o que também acontece nas Medalhas de Honra.

Cátia Rosas, do PS, referiu que o executivo aprovou propostas para a atribuição de medalhas a personalidades do sexo feminino, inclusive às mulheres de Abril, mas continuam por entregar.

O presidente da Câmara de Lisboa acolheu essa preocupação sobre a necessidade de existir um equilíbrio de género nas homenagens do município, referindo que houve neste mandato uma evolução neste sentido quanto à atribuição de nomes de ruas na cidade, com cerca de 30% destinados a mulheres, quando no passado a média era na ordem dos 14%.

Leia Também: Morreu o oficial da Marinha Almada Contreiras que indicou a senha para o 25 de Abril

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