"Até ao momento, registamos 13 mortos e 30 feridos, entre os quais mulheres e crianças, na sequência de um bombardeamento israelita contra a escola Shaaban al-Rais, que albergava pessoas deslocadas na zona de Tuffah, a leste da cidade de Gaza", declarou o serviço de Defesa Civil, responsável pela recolha diária de cadáveres e feridos após os ataques do exército israelita.
O serviço de emergência informou que mais de 50 pessoas (incluindo 14 crianças e oito mulheres) foram mortas nas últimas 24 horas na cidade de Gaza e arredores e no norte do enclave, que está sob cerco do exército há mais de dois meses.
"Os aviões da Força Aérea atingiram, com precisão e sob a orientação dos serviços secretos militares, do Shin Bet [a agência de segurança israelita] e do Comando Sul, os terroristas que operavam nos centros de comando das antigas escolas al-Karama e Shaaban, em Tuffah", confirmou, por sua vez, o exército israelita pouco depois do ataque.
Israel utiliza o termo "terroristas" para designar indistintamente tanto os milicianos palestinianos como os autores de ataques individuais contra israelitas, sejam eles soldados ou civis.
Segundo as forças armadas, os milicianos do Hamas planeavam ataques contra Israel e respetivas tropas a partir da escola, acusando o grupo extremista palestiniano, que controla o enclave desde 2007, de utilizar os habitantes de Gaza como "escudos humanos".
As forças armadas israelitas atacam regularmente escolas e hospitais, apesar de tal constituir uma violação do direito humanitário internacional, alegando que estes albergam milicianos.
Um dos últimos ataques aconteceu no domingo contra a escola Ahmed Abdel Aziz, em Khan Yunis, no sul de Gaza. O ataque matou cerca de 20 pessoas, segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa.
"Os terroristas estavam a atuar numa estrutura que servia de escola, outro exemplo de como esta organização terrorista opera no seio da população civil", declarou o exército em comunicado, sem dar uma estimativa do número de mortos no ataque.
Desde o início da guerra no enclave, 45.129 pessoas foram mortas e 107.338 ficaram feridas em ataques israelitas, a maioria das quais mulheres e crianças.
As autoridades sanitárias do enclave palestiniano dão conta igualmente de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, que estarão presumivelmente soterrados nos escombros.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, ocorrido a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Leia Também: Médicos Sem Fronteiras acusam Israel de limpeza étnica na Faixa de Gaza