Montenegro diz que "não bastam palavras de conforto" aos militares

O primeiro-ministro defendeu hoje que "não bastam palavras de conforto" aos militares e destacou as medidas já tomadas pelo Governo de valorização em recursos humanos e equipamentos neste setor, durante a tradicional visita natalícia às tropas.

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© Pier Marco Tacca/Getty Images

Lusa
20/12/2024 16:29 ‧ há 4 horas por Lusa

País

Luís Montenegro

Durante cerca de duas horas, Luís Montenegro esteve hoje com as mais de duas centenas de militares portugueses das Forças Nacionais Destacadas (FND) na Roménia que integram a missão da NATO neste país, que faz fronteira com a Ucrânia.

 

Acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general Nunes da Fonseca, e pelo chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Mendes Ferrão, o primeiro-ministro não se referiu no seu discurso aos ataques russos que atingiram hoje seis missões diplomáticas em Kiev, entre elas a de Portugal, e também não prestou declarações à comunicação social.

Na intervenção que fez antes do lanche natalício com os militares, o chefe do Governo preferiu elogiar a competência das FND, mas defendeu que "não bastam palavras de conforto" a estes militares.

"É preciso que nós façamos alguma coisa, dentro daquilo que está ao nosso alcance, para valorizar também a condição daqueles que cumprem esta missão. Este Governo, em pouco mais de oito meses, já tomou várias decisões que valorizam, qualificam a condição militar", disse.

Por outro lado, destacou, o Governo tem "alinhado com as chefias militares um conjunto de investimentos" para valorizar a capacidade tecnológica e de equipamento militar.

"A nossa presença aqui hoje, minha e do sr. ministro da Defesa Nacional, expressa o nosso sentido de relação próxima e o nosso sentido de apreço pela representação que fazem do interesse que é o interesse de todos" acrescentou, num momento em que "é ainda mais duro estar longe das famílias e amigos".

O chefe do Governo lembrou que, como país fundador da NATO, Portugal tem "responsabilidade acrescida" nos mecanismos de defesa e de segurança da Aliança Atlântica, em missões como esta na Roménia ou na República Centro-Africana, elogiadas em várias ocasiões.

Antes, o CEMGFA agradeceu também aos 241 militares que compõem a FND da Roménia e a presença do primeiro-ministro e do ministro da Defesa em Caracal.

"Nós, militares, vemos esta como uma oportunidade única de reconhecimento, pelas mais altas instâncias governativas, do nosso trabalho. Como é que podemos retribuir? Como sempre temos feito, com grande profissionalismo, com grande disponibilidade e um grande sentido de cooperação com as forças romenas e multinacionais que se encontram neste país", disse.

Com casaco camuflado vestido, o primeiro-ministro chegou à base de Caracal pelas 15:20, num programa que incluiu honras militares, desfile das forças em parada, um enquadramento da missão na Roménia e um lanche convívio com os militares portugueses.

A 6.ª Força Nacional Destacada chegou à Roménia na semana passada, numa missão que se prolongará até julho, e é composta por 200 militares (181 masculinos e 19 femininos), na sua maioria do Exército Português.

Uma delas é a primeiro sargento Maria Gomes, 40 anos, que esteve em Caracal na 1.ª FND na Roménia, em abril de 2022, e regressou agora novamente.

"Como gostei da primeira experiência, voltei para ter novamente oportunidade de poder trabalhar com outras forças aliadas da NATO", justificou, em declarações aos jornalistas.

Sobre a presença de Montenegro e Melo, assegurou que "são sempre bem-vindos", em especial numa altura como a do Natal.

Em época natalícia, Montenegro entregou às várias forças da base - em Caracal também estão militares romenos e da Macedónia do Norte - bandejas da Vista Alegre representativa da residência oficial do primeiro-ministro.

Portugal integra, desde 2022, a missão 'Enhanced Vigilance Activities' da NATO na Roménia, que tem por objetivo afirmar a coesão e determinação dos membros da Aliança Atlântica e aumentar a prontidão desta organização, reforçando a capacidade de dissuasão e demonstrando o empenhamento na defesa coletiva.

Leia Também: Pedro Nuno visita Martim Moniz. "Ação da PSP não fez nada pela segurança"

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