Os trabalhadores da higiene urbana no município de Lisboa estão desde ontem em greve ao trabalho extraordinário, a que se junta uma greve geral de dois dias, esta quinta e sexta-feira.
Nuno Almeida, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, falou hoje com os jornalistas para dar um rescaldo da paralisação. O porta-voz dos trabalhadores disse que estes se sentem "desrespeitados pela falta de condições de trabalho" e lembrou que a Câmara "comprometeu-se de até ao final de 2023" melhorar a situação.
"Aguentámos mais de um ano pelo cumprimentos dos compromissos", disse, afirmando que a paralisação que agora decorre nada tem a ver "com o período de eleições".
Este mostrou-se ainda indignado pelo facto de Carlos Moedas ter afirmando que estes constrangimentos eram injustos para a restauração e o comércio, referindo que "a principal injustiça é para os trabalhadores, que não têm condições de trabalho, não veem respeitados os acordos que a CML firmou e vão ter de perder dois dias de salário".
"Já numa base diária há constrangimentos na recolha, não é só no dia da paralisação, todos os dias há 10 a 15 circuitos que ficam por realizar", afirmação, salientando que há um "claro desinvestimento, não sabemos com que intenção".
Note-se que a adesão à greve dos trabalhadores da higiene urbana no município de Lisboa era superior aos 75% ao início do dia de hoje, segundo dados provisórios do sindicato municipal.
Convocada pelo STML e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a paralisação na área da higiene urbana, entre o Natal e o Ano Novo, conta com serviços mínimos hoje, na sexta-feira e no sábado, decretados pelo colégio arbitral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). Nos serviços mínimos estão incluídos 71 circuitos diários de recolha de lixo, envolvendo 167 trabalhadores, entre cantoneiros e condutores de máquinas pesadas e veículos especiais, o que, segundo o STML, representa "cerca de um terço do trabalho" que se realiza num dia normal.
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