"Celebrá-lo aqui, em Baião, ou em Lisboa, é absolutamente indiferente, é igual", afirmou Dalila Rodrigues em declarações aos jornalistas.
Os restos mortais de Eça de Queiroz vão ser transladados para o Panteão Nacional na quinta-feira, decisão tomada após resolvida uma contenda judicial com os familiares do escritor que se opunham a essa possibilidade.
Contudo, para domingo à tarde, foi marcada, junto à Casa de Tormes, uma manifestação por um movimento local que se opõe a trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz.
Falando hoje na Casa de Tormes, sede da Fundação Eça de Queiroz, onde participou na cerimónia que assinala a trasladação do autor para o Panteão Nacional, a ministra defendeu "fazer todo o sentido celebrar Eça de Queiroz em Lisboa, no Panteão Nacional", mas também "evocar, celebrar e trabalhar" o seu legado em Baião, na Casa de Tormes.
Dalila Rodrigues acentuou que "Eça de Queiroz é do país inteiro", referindo que a sua presença na sessão como ministra da Cultura tinha "essa leitura simbólica".
"Temos que convocar sempre a dimensão simbólica das coisas. Estamos perante uma figura que se eternizou. Há uma capacidade de evocação simbólica da figura de Eça de Queiroz no Panteão Nacional e sempre e para sempre aqui, na fundação", concluiu.
A ministra participou numa visita guiada à Casa de Tormes, onde se encontram objetos pessoais do autor. No final, manifestou "grande entusiasmo e orgulho" por participar em Baião numa homenagem a Eça de Queiroz e ao seu legado, nomeadamente o facto de o autor ser uma "presença viva na língua e cultura portuguesa".
No domingo, a urna contendo os restos mortais de Eça de Queiroz estará em câmara-ardente no átrio principal da Casa de Tormes, perto dos objetos que o rodearam em vida, como a secretária onde escrevia e os livros da sua biblioteca.
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