O Ministério da Administração Interna (MAI) regressou esta segunda-feira às negociações com os sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e associações da Guarda Nacional Republicana (GNR), para discutir tabelas remuneratórias, carreiras e revisão dos suplementos.
No final do primeiro encontro de uma ronda negocial de três, César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) revelou aos jornalistas que assinou um acordo com o MAI, mas com a salvaguarda que não concordam "na plenitude" com o mesmo.
"Quando assinamos o acordo, uma das coisas que mencionamos é que assinávamos sem concordar em plenitude com o acordo. Foi simplesmente para que os profissionais começarem a receber [e forma atualizada]. Vamos continuar a batalhar para que seja aumentado esse valor [subsídio de missão da Polícia Judiciária], bem como o valor que foi atribuído aos professores. Nós estivemos o mesmo tempo com a progressão congelada e também queremos que isso seja atribuído, temos direito a isso", atirou.
Apesar disso, César Nogueira admite que "sabia que não era nesta reunião" que os subsídios em questão ficaram resolvidos. Por isso, considera "em certa parte positivo" o acordo alcançado com o MAI na "questão das carreiras".
"É urgente criar mais níveis remuneratórios. E é isso que pretendemos que saia desta negociação. Temos mais três reuniões marcadas. Esperamos que sejam produtivas e chegar a bom porto, nesse aspeto do estatuto remuneratório, revisitando também estatutos dos militares da Guarda. Há muitas questões a rever, algumas que nós nem queremos tão pouco para já falar nelas. Queremos para já falar, por exemplo, do horário de serviço. A PSP pratica 36 horas, nós trabalhamos 40 horas. Quando isto foi criado a desculpa é que nós éramos militares. Isso é uma desculpa como tantas outras, não vale nada. Ao final de uns anos, essas mais 4 horas semanais são anos de serviço a mais e por isso é de facto necessário rever essas questões", explicou.
Recorde-se que durante a manhã de hoje a ministra Margarida Blasco recebeu a Associação dos Profissionais da Guarda (APG) e a Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG). À tarde, será a vez do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP), Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) e Sindicato Nacional da Carreira de Chefe da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Os restantes sindicatos da PSP e associações da GNR que não assinaram o acordo têm reunião marcada com a ministra para o dia 13 de janeiro.
Tal como ficou acordado em julho do ano passado, nesta ronda de negociações vão estar em discussão tabelas remuneratórias, carreiras e revisão dos suplementos, além do modelo de progressão na PSP através da avaliação.
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