Homem que salvou pescadores no Tejo diz que GNR andava "atrás de barcos"

Testemunha defende que acidente pode ter várias causas. "Motor falhou, faltou a gasolina" ou mestre estava "distraído" com a "Guarda Fiscal".

Notícia

© Global Imagens

Notícias ao Minuto
09/01/2025 12:15 ‧ há 9 horas por Notícias ao Minuto

País

Acidente no Tejo

O homem que ajudou a salvar dois dos pescadores que seguiam na embarcação que embateu contra o ferry da Transtejo, na segunda-feira, no rio Tejo, junto a Cacilhas, deu uma entrevista à TVI, onde contou o que aconteceu. Sublinhe-se que, do incidente, continuam desaparecidos dois pescadores.

 

"Eram três e tal, quatro horas quando gritaram por mim: está ali um barco virado que foi contra o catamarã", começa por dizer o também pescador, que estava a limpar o barco quando soube do embate.

Imediatamente, arrancou com outros dois pescadores amigos, rumo ao local onde ocorreu o acidente. Chegou em cinco minutos, antes mesmo da Polícia Marítima e dos bombeiros.

"Vejo ali aqueles jovens a morrer de hipotermia. Os outros dois já tinham desaparecido. O barco estava virado ao contrário. Uma tristeza enorme ali. Cheguei ali e entrei em pânico", admitiu, tal como se vê nas imagens, entretanto partilhadas por alguns meios de comunicação social.

O primeiro pescador a ser salvo estava no casco da embarcação. Mais à frente estava o mestre, conhecido como "Zé Batata, com as duas pernas partidas".

O homem que levou para terra os dois pescadores garante que se não tivesse ali chegado naquele momento também eles tinham morrido de hipotermia. "Eram mais dois mortos", atira.

À espera das vítimas estavam os meios de socorro, que as levaram para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde permanecem internadas.

O "pescador-herói da Trafaria", como descreve a TVI, não consegue, para já "arranjar culpados". "Ou o motor falhou ou falhou a gasolina. Não vamos estar a culpar ninguém. Ninguém se mete à frente de um catamarã de propósito. Foi um acidente", assegura, acrescentando, porém, que o mestre da embarcação de pesca podia também estar "distraído a olhar para a Guarda Fiscal [GNR]", que andava lá "atrás dos barcos".

A bordo do barco que naufragou havia, como revelaram, entretanto, as autoridades, uma ganchorra, uma estrutura usada na pesca de arrasto, atividade proibida em grande parte do rio Tejo, mas que continua a ser o 'ganha-pão' de muitos pescadores locais, que vivem à custa da apanha da ameijoa.

"Deviam autorizar essa pesca, devia ser legal. Em Espanha é legal, em França é legal, em Itália é legal. Se lá é legal, porque é que não é aqui? Eu não sou nenhum ladrão, não roubei ninguém. Se faço uma pesca ilegal? Faço", realçou o pescador "herói", que prefere manter o anonimato devido, muito provavelmente, a esse facto.

Recorde-se que do acidente, além de dois feridos, resultaram dois desaparecidos que, muito provavelmente, como já explicaram as autoridades, terão morrido.

As buscas por estes dois desaparecidos continuam a decorrer, ao mesmo tempo que foi aberta uma investigação criminal sobre o caso.

Leia Também: Ferry embate em barco de pesca no Tejo. Há 2 feridos e 2 desaparecidos

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas