Autárquicas. PCP critica "projetos que se intitulam de esquerda"

O secretário-geral do PCP criticou hoje projetos autárquicos "que se intitulam de esquerda" mas que se assemelham à direita, acusando o PS de ter viabilizado o orçamento do PSD em Lisboa e ter chumbado o da CDU em Setúbal.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
13/01/2025 14:03 ‧ há 5 horas por Lusa

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Em declarações aos jornalistas na sede nacional do PCP, em Lisboa, após um encontro com o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), Paulo Raimundo foi questionado se a CDU não está preocupada com a eventual perda de câmaras nas próximas autárquicas e se não acha que a esquerda unida teria mais possibilidades.

 

"Nós estamos muito à vontade nesse desafio porque, se há projeto que assenta naquilo que são as questões das populações, nos seus problemas e resolução, é o projeto da CDU", respondeu o secretário-geral do PCP, que pediu que se faça uma comparação entre esse projeto e "o projeto autárquico de outros".

"Alguns deles que se intitulam de esquerda mas depois, na prática, no dia-a-dia, a sua gestão autárquica diferencia-se muito pouco da gestão autárquica de outro partido de direita", acusou, criticando em particular a postura do PS.

"Nós não podemos fazer discursos e proclamações de esquerda e depois termos situações onde, por exemplo, o PS, há pouco mais de um mês, aprovou o orçamento da Câmara PSD/CDS aqui em Lisboa e, esse mesmo PS, a 50 quilómetros de distância, em Setúbal, votou contra o orçamento da CDU", criticou.

O secretário-geral do PCP afirmou que a experiência da CDU, "ao longo destes anos todos, mostra que há uma diferença muito grande entre proclamações, retórica e prática".

"Nós somos mais pela prática", frisou, salientando que a coligação integrada pelo PCP e o PEV está "muito à vontade" para que se avalie o seu desempenho autárquico em termos de política da habitação, dos transportes, do ambiente ou de ligação aos trabalhadores.

Questionado se, nesta reunião, o PCP e o PEV tiveram a oportunidade de acordar nomes de candidatos às autárquicas, Raimundo respondeu que os dois partidos estão a trabalhar nesse sentido e já apresentaram inclusive um primeiro conjunto de candidatos.

"Nós estamos a falar de um quadro em que são necessários 40 mil candidatos para disputar as eleições em 308 municípios. É o que queremos fazer: é muita gente e nós estamos empenhados em alargar e falar com mais gente", referiu.

O secretário-geral do PCP referiu que, na reunião com o PEV, os dois partidos tiveram oportunidade de "tratar das grandes batalhas do ponto de vista social e político" que irão travar nos próximos tempos e manifestaram "concordância nos aspetos fundamentais" da análise que fazem do país.

"Foi um encontro positivo de relançamento destes contactos institucionais que temos, procurar identificar os elementos fundamentais que nos unem - e que são muitos -, mas também reafirmar este projeto único que é a CDU desde logo no plano autárquico", referiu.

Por sua vez, Mariana Silva, membro da Comissão Executiva Nacional do PEV, indicou que o partido pediu a reunião ao PCP para transmitir as conclusões da sua convenção, que se realizou em novembro, e as preocupações que tem com o país, em particular com o estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dos serviços e transportes públicos ou com as consequências das alterações climáticas.

"Foi isso que viemos aqui partilhar com o PCP para que possamos continuar um trabalho eficaz com os nossos eleitos locais por todo o país, que tenham como base a proximidade com os cidadãos e com as populações", disse.

Questionada se também tinham abordado as autárquicas, Mariana Silva respondeu que se falou sobretudo da necessidade de se prestar contas às populações do que os eleitos da CDU "fizeram estes quatro anos" e mostrar como o seu projeto é "tão diferente e eficaz" a nível local.

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