O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu, esta segunda-feira, "que não há razões para alarme" quanto ao preço dos combustíveis, que têm sofridos aumentos sucessivos desde novembro (e que esta segunda-feira viu os preços disparar).
À margem do lançamento de 'Maia, Capital Portuguesa do Voluntariado 2025', no distrito do Porto, o Chefe do Executivo afirmou que "não estamos em cenário de escalada constante" dos valores dos combustíveis.
"Nós hoje temos um aumento que é um aumento significativo, que tem como razões principais o aumento do preço do petróleo e a desvalorização do euro face ao dólar. Os preços dos combustíveis têm uma atualização semanal, têm oscilado, têm subido e descido ao longo destes últimos 10 meses. Hoje podemos dizer que, face ao dia em que entramos com a responsabilidade de governar o país, a gasolina está ligeiramente abaixo do preço que estava na primeira semana de abril e o gasóleo está um pouco acima do preço que tinha na primeira semana de abril. O que quer dizer que o mercado, com os factores que colaboram para a formação do preço, tem andado num valor médio e não há, portanto, razão para alarme", explicou Luís Montenegro, acrescentando que, com isto, não está a "desvalorizar" o que aconteceu esta segunda-feira, em que os combustíveis sofreram um aumento considerável.
Para Montenegro não podemos é "comparar isto com uma escalada e uma inflação de preços, como aquela que aconteceu há dois ou três anos".
"Enquanto este mecanismo funcionar de maneira a ter descidas e poucas subidas, embora aconteça de quando em vez, nós manteremos a nossa política sobre os combustíveis. Se atingirmos, em algum momento, um valor de subida constante e permanente que coloque em causa este equilíbrio, o Governo tomará as medidas para diminuir o impacto fiscal sobre a formação do preço por forma a não criar uma oscilação demasiada", disse, respondendo ao líder do PS, Pedro Nuno Santos, que o acusou de "mentir e aumentar o imposto sobre os combustíveis".
"Vamos falar a verdade às pessoas. Não estamos nem de perto nem de longe em circunstâncias de que de um momento para o outro temos diante de nós um cenário de subida e escalada do preço constante. Teremos de aguardar pelas próximas semanas para podermos tirar essa conclusão", concluiu.
Demissão do CEO do SNS
Sobre a demissão de Gandra d'Almeida, Luís Montenegro foi parco em palavras. "Nós respeitamos, obviamente, que as circunstâncias que motivaram essa decisão [o pedido de demissão do diretor do SNS] podem e devem ser acompanhadas pela Assembleia da República (AR) e eu não me vou envolver nisso", disse, lembrando que "aquilo que compete ao Governo é substituição por outra personalidade" e é nisso que se encontra a "trabalhar", junto com a ministra da Saúde.
"Estamos a trabalhar e, muito brevemente, iremos dar nota do próximo responsável pela direção do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", garantiu, acrescentando que "como todos sabem" a situação do SNS é "muito complicada e complexa.
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