O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou aos jornalistas na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, acerca da atualidade informativa. Recusando comentar a saída do CEO do SNS ou a desfiliação de Miguel Arruda do Chega, Marcelo falou acerca da possibilidade de entraves na aprovação do Orçamento do Estado para 2026.
Em relação à possibilidade de o Partido Socialista estar a dar indícios de que não vai aprovar o próximo Orçamento do Estado (OE), Marcelo disse: "Vamos esperar para ver. É um problema que se vai colocar a partir do verão. Saber se é ou não aprovado o Orçamento do Estado".
As declarações foram feitas depois de os jornalistas questionarem o chefe de Estado acerca da entrevista do secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, ao Expresso, no qual diz que o partido que lidera tem de estar preparado para eleições antecipadas.
Marcelo considerou que a aprovação imediata do OE não era indiferente, dado, sobretudo, o momento em que Portugal se encontra, com as eleições autárquicas e também as presidenciais.
Questionado acerca da possibilidade de haver eleições legislativas antecipadas [em 2026] disse que nessa altura "já não seria Presidente da República", não comentando mais.
Numa altura em que a NATO e Donald Trump dizem que países têm de fazer contribuição de 5% do seu Orçamento para a Defesa, Marcelo foi questionado sobre se os países deveriam começar a pensar em retirar apoios sociais para esta pasta, Marcelo apontou: "Acho que a posição que foi defendida pela presidente da Comissão Europeia e pelo presidente do Conselho Europeu é sensata. Que é a seguinte: deve-se olhar para o conjunto dos países europeus e saber se, no conjunto, eles cumprem 2% e se estão em condições - mais tarde, não agora - de subir acima disso, no conjunto".
"O que importa é olhar para a Europa como um todo e não estar a discriminar os bons e os maus", afirmou, dizendo que a questão pode dividir os países, algo que pode criar dentro dos próprios "uma insatisfação social crescente e radicalização". "Não é desejável", atirou.
Marcelo foi ainda questionado sobre a polémica saída de Gandra d'Almeida do cargo de CEO do SNS, motivada pela alegada acumulação de funções, assim como sobre o caso que envolve Miguel Arruda, deputado do Chega que anunciou que se vai desfiliar após ser constituído arguido por furtar bagagem em aeroportos. O chefe de Estado recusou comentar a situação, dado que ambas se encontram a ser investigadas.
[Notícia atualizada às 19h45]
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