A ideia foi manifestada durante a 2.ª sessão (de três) de um debate temático sobre "a política de gestão municipal do setor do comércio e do turismo em Lisboa e o estado atual destas áreas de atividade na cidade", que ocorreu na Assembleia Municipal de Lisboa, por proposta do Partido da Terra -- MPT.
Dedicada ao turismo, a sessão desta tarde teve como oradores a vereadora da Reabilitação Urbana da Câmara de Lisboa, Joana Almeida, e os presidentes do Turismo de Lisboa (ATL), Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (ARESHP), Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP) e Associação de Hotelaria de Portugal (AHP).
Na intervenção inicial, Joana Almeida começou por ressalvar que a Câmara de Lisboa não quer "bairros exclusivamente turísticos", referindo que a autarquia tem vindo a implementar medidas para regulamentar a atividade.
"Queremos equilíbrio e diversidade. Queremos diminuir o número de fogos vagos. Queremos ter uma cidade com contínua reabilitação e renovação urbana. Queremos vida nos bairros e queremos qualidade de vida nos bairros", afirmou a autarca.
A esse propósito, Joana Almeida referiu que, nos últimos três anos, a Câmara de Lisboa levou a cabo várias medidas como o aumento da taxa turística, a alteração ao regulamento do alojamento local e o cancelamento de licenças inativas, assim como a elaboração da estratégia Lisboa 2040, com impactos na revisão do Plano Diretor Municipal (PDM).
Nessa estratégia, a vereadora da Reabilitação Urbana aponta para aspetos como o equilíbrio na oferta turística e a habitação e a necessidade de promover novas centralidades e diversificar ofertas.
No mesmo sentido, o diretor geral do Turismo de Lisboa, Vítor Costa, sublinhou a importância económica da atividade turística, mas reconheceu a existência de impactos negativos, nomeadamente na habitação, trânsito, limpeza urbana e transportes públicos.
"O conjunto dos elementos mostram que o turismo tem sido um fator de desenvolvimento económico e social, mas também mostra que há trabalho a fazer para que esses benefícios sejam mais bem distribuídos, para que haja uma gestão mais eficaz dos impactos", argumentou.
Para o responsável do Turismo de Lisboa, o destino Lisboa "tem de ter base regional, de forma a poder atrair mais investimento.
A necessidade de existir um equilíbrio na atividade turística também foi levantada pelo presidente da ALEP, Eduardo Miranda, que se queixou da dificuldade de diálogo e da polarização política.
O responsável defendeu a importância do alojamento local, ressalvando que, se acabassem com a atividade em Lisboa, a cidade perderia mais de 50 mil empregos.
Já o presidente da AHRESP, Carlos Moura, abordou na sua intervenção as questões de insegurança sentidas na cidade, relatando situações de assaltos e de falsos motoristas TVDE.
Por sua vez, o presidente da AHP, Bernardo Trindade, destacou a importância do futuro Aeroporto de Alcochete e a necessidade de se manter o 'hub' da TAP em Lisboa.
O debate temático, designado por "A política de gestão municipal do setor do Comércio e do Turismo em Lisboa o estado atual destas áreas de atividade na cidade" é dividido em três sessões.
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