Num encontro hoje para um café com os jornalistas, no dia do Patrono da destes profissionais e dos escritores, São Francisco de Sales, o bispo Nuno Almeida salientou que as comunidades não se sentem "desligadas ou abandonadas mesmo nas paróquias mais distantes", mas que nas visitas que tem vindo a fazer, as pessoas dizem que gostariam de ter um pároco mais vezes presente.
"Precisaríamos de constituir em cada Arciprestado equipas com mais padres, sobretudo para poderem valorizar a celebração de domingo. Já não conseguimos celebrar o domingo como antigamente, nem em todo o lado. Não havia domingos sem missa", partilhou com os jornalistas.
Ainda que sem dados concretos sobre as necessidades da diocese, assinalou: "Temos neste momento só 40 párocos. (...) Temos de ter em conta que são mais de 300 paróquias. Portanto, já dá uma ideia das necessidades que teríamos para poder ter uma presença mais próxima".
A estas equipas, acrescentou, poderiam e têm vindo a juntar-se, como diáconos permanentes, leigos e religiosas, "para que ninguém fique abandonado sem celebrar o domingo".
Atendendo à demografia atual do distrito de Bragança, o bispo defendeu que não seria preciso um padre por paróquia.
"Neste momento, bastaria termos mais 10 sacerdotes ordenados ou que venham de outros locais. (...) Permitir-nos-ia reorganizar a vida pastoral da nossa diocese", afirmou Nuno Almeida, referindo que têm vindo a receber padres estrangeiros, como do Brasil e de países de África.
As parcerias para colmatar a falta de padres podem vir a crescer em breve.
"Estou em contacto com o bispo de Sumbe (Angola). Estamos em diálogo telefónico, com a possibilidade de estabelecermos uma espécie de acordo. Porque nós temos a vantagem de termos cá o Instituto Politécnico de Bragança. É possível termos sempre um ou dois padres em formação no politécnico, que trabalhariam nas paróquias, sobretudo ao sábado e domingo (...)", revelou.
Na Diocese Bragança-Miranda, em julho, será ordenado um novo padre, de 27 anos, natural da aldeia de Carção, no concelho de Vimioso.
"É um ato e um testemunho para que outros jovens não tenham medo de avançar", considerou o bispo.
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