"A comissária portuguesa Albuquerque será a principal interveniente [...] na criação de uma União da Poupança e do Investimento e, é claro, também para desenvolver um mercado de capitais mais profundo e mais integrado. Com a sua experiência, ela é a pessoa certa para tal", disse Ursula von der Leyen.
A líder do executivo comunitário respondia, em Bruxelas, a uma questão da Lusa na conferência de imprensa de apresentação da "Bússola para a Competitividade", estratégia hoje apresentada e que prevê um foco na inovação, descarbonização e segurança, prioridades que vão orientar estes cinco anos do segundo mandato da líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, à frente da instituição.
Num contexto de tensões geopolíticas e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer apostar na competitividade económica comunitária, razão pela qual já chamou a esta uma Comissão de Investimento e incumbiu a comissária europeia portuguesa dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos, Maria Luís Albuquerque, de mobilizar um montante substancial de capital na União Europeia (UE), nomeadamente privado.
Isso mesmo está expresso na comunicação hoje apresentada, que indica que a Comissão Europeia apresentará, no primeiro trimestre deste ano, "uma estratégia para uma União da Poupança e do Investimento, seguida de um conjunto de propostas específicas, para permitir a criação de riqueza para os cidadãos da UE e mobilizar capital para projetos realizados na Europa".
"A UE deve integrar e dispor de mercados de capitais mais profundos e mais líquidos, como medida necessária para mobilizar os recursos do setor privado e orientá-los para setores de crescimento orientados para o futuro", argumenta-se na comunicação sobre esta "Bússola para a competitividade".
Além disso, de acordo com Bruxelas, "é igualmente necessário estimular uma maior apetência para a assunção de riscos por parte dos investidores privados, utilizando os fundos públicos como âncora".
A presidente da Comissão Europeia propôs hoje, na estratégia para o seu mandato, a simplificação administrativa, a eliminação de barreiras de acesso ao mercado e dar financiamento para a UE 'ganhar' aos Estados Unidos e China.
A ideia é combater a falta de investimento e de inovação na UE, diversificar o fornecimento energético para obter preços mais baixos e reforçar a resiliência e segurança económicas.
Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação com os Estados Unidos e a China.
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