"Seguramente o ataque inicial deste incêndio não foi aquele que devia ter sido e nós sabemos bem que o ataque inicial é muito importante", afirmou Domingos Viegas, apontando que no continente têm sido evitados incêndios através de um forte ataque inicial.
O responsável falava na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, numa audição sobre a gestão dos meios de proteção civil no incêndio de agosto de 2024 na Madeira, requerida pelo PS.
Questionado se houve uma insuficiência na avaliação da fase inicial do incêndio, Domingos Viegas considerou que sim: "Como digo, não conheço os detalhes, mas foram-me apresentadas fotografias do incêndio na sua fase inicial onde era visível uma viatura na estrada relativamente perto do incêndio", argumentou.
Domingos Viegas afirmou, por outro lado, que existiu um atraso no pedido de ajuda ao continente português e a Espanha, que enviou 'canadairs' para ajudar no combate ao fogo.
Sobre o facto de a região não integrar o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, o diretor do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais disse que seria "muito importante a Madeira e os Açores acompanharem o que está a ser feito no continente".
Domingos Viegas sublinhou no início da sua intervenção que não esteve na região autónoma durante o incêndio nem posteriormente, pelo que o seu acompanhamento foi apenas indireto.
O responsável respondeu apenas a perguntas formuladas pela deputada socialista Sofia Canha e pelo deputado do Chega Francisco Gomes, eleitos pelo círculo da Madeira.
A deputada do PSD Paula Margarido não fez qualquer questão por considerar que a Assembleia da República tem a competência de fiscalizar o Governo da República e não o executivo regional.
O incêndio rural que deflagrou na ilha da Madeira em 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagou-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol, na zona oeste da Madeira, e Santana, na costa norte.
No dia 26 foi declarado "totalmente extinto", deixando mais de cinco mil hectares de área ardida.
Segundo o executivo madeirense, não houve registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, mas foram atingidas áreas florestais e pequenas produções agrícolas.
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