"Não acreditem no que dizem. É impossível que as obras estejam prontas em julho. Assumo o que estou a dizer", afirmou Rui Moreira durante a sessão da Assembleia Municipal, que decorreu na segunda-feira à noite.
Rui Moreira, que respondia a uma questão levantada por um deputado do movimento independente pelo qual foi eleito sobre o cronograma da empreitada, assegurou ser "mentira que as obras possam estar prontas em julho".
"Mais uma vez, a Metro do Porto continua a ignorar os interesses dos portuenses", acrescentou depois de questionado por Raul Almeida se a promessa da metro de "entregar a linha rosa aos portuenses em julho era taxativa" ou se era "mais um cronograma 'à la metrobus'".
O deputado independente lamentou ainda o corte do trânsito rodoviário, a partir de hoje e por um período de 30 dias, entre a Praça da Liberdade, na parte inferior da Avenida dos Aliados, e São Bento.
Pelo Bloco de Esquerda, Susana Constante Pereira destacou a necessidade de as preocupações e alertas do município não se tornarem "em desconfianças" sobre a importância das linhas de metro que estão a ser construídas para a mobilidade da cidade.
Em resposta, Rui Moreira afirmou que a "pior coisa que pode acontecer é a população deixar de ter a estima que tem pela metro", assegurando, no entanto, que se tal acontecer não será por culpa do município.
O autarca disse ainda acreditar que os atrasos nas obras em curso na cidade obedecem "a uma estratégia política".
"Somos alvo de uma estratégia política da metro e lamentavelmente as empresas públicas não servem para isso", referiu, acrescentando que o município vizinho, referindo-se a Vila Nova de Gaia, "diz que está sempre tudo bem".
A conclusão da empreitada de construção da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, está prevista para julho de 2025 e a linha deverá entrar em funcionamento nesse verão, segundo a Metro do Porto.
Em junho, a Metro do Porto anunciou a desocupação da Avenida dos Aliados e da Praça Almeida Garrett, acrescentando ter cumprido o acordado com o município de remover os constrangimentos antes do São João.
"Esta desocupação das vias reflete os avanços progressivos nas obras da linha Rosa e o cumprimento do compromisso acordado com a Câmara Municipal do Porto, no sentido de remover os constrangimentos rodoviários nestas zonas antes do dia de São João", salientava então, em comunicado, a Metro do Porto.
Com um custo total que ascende aos 304,7 milhões de euros, a linha Rosa terá ligação às atuais estações de metro Casa da Música e São Bento, e terá estações intermédias no Hospital de Santo António e Praça da Galiza.
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