O primeiro-ministro reagiu à morte de Maria Teresa Horta, esta terça-feira, enaltecendo, na sua conta de X, o "exemplo de Liberdade".
"Maria Teresa Horta deixa na nossa história um importante exemplo de liberdade e luta pela valorização do lugar da Mulher", escreveu Luís Montenegro nesta rede social.
A escritora, poeta e jornalista Maria Teresa Horta, a última das 'Três Marias', que afrontou o Estado Novo e se afirmou como expoente do feminismo em Portugal, na vida e na literatura, morreu hoje aos 87 anos, em Lisboa.
O governante não deixou, por isso, de expressar "aos familiares, amigos e leitores sentidas condolências" pelo falecimento.
Maria Teresa Horta deixa na nossa história um importante exemplo de liberdade e luta pela valorização do lugar da Mulher. Em meu nome pessoal e do Governo, deixo aos familiares, amigos e leitores sentidas condolências.
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) February 4, 2025
A morte de Maria Teresa Horta representa, para a sua editora, "o desaparecimento de uma das personalidades mais notáveis e admiráveis" do Portugal contemporâneo.
Em dezembro, Maria Teresa Horta foi incluída numa lista elaborada pela estação pública britânica BBC de 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo, que incluía artistas, ativistas, advogadas ou cientistas.
'Novas Cartas Portuguesas', escrita por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, a partir das cartas de amor dirigidas a um oficial francês por Mariana Alcoforado, constituiu-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril, que denunciava a guerra colonial, as opressões a que as mulheres eram sujeitas, um sistema judicial persecutório, a emigração e a violência fascista.
Começou a ser escrita em maio de 1971 e foi publicada em abril de 1972, tendo sido banida pela ditadura e as suas autoras levadas a julgamento.
O livro que se assumiu como um marco na história do feminismo, da literatura portuguesa, da oposição ao regime e da luta pela liberdade, após passar o período conturbado que envolveu a sua publicação, atravessou décadas quase como uma inexistência em Portugal, considerava, então, Maria Teresa Horta, em declarações à Lusa, acrescentando não compreender esta situação.
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