O ministra dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, lamentou esta terça-feira a morte da escritora Maria Teresa Horta, aos 87 anos.
Numa curta mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter), Rangel escreveu: "As palavras de Maria Teresa Horta são como os dedos das suas mãos: docemente pontiagudos. Até sempre, mulher portuguesa".
Recorde-se que a última das 'Três Marias', autoras da obra 'Novas Cartas Portuguesas' (1972), morreu hoje, em Lisboa, anunciou a editora Dom Quixote.
Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube, militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, jornalista do jornal A Capital e dirigente da revista Mulheres.
As palavras de Maria Teresa Horta são como os dedos das suas mãos: docemente pontiagudos. Até sempre, mulher portuguesa.
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) February 4, 2025
'Novas Cartas Portuguesas', escrita por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, a partir das cartas de amor dirigidas a um oficial francês por Mariana Alcoforado, constituiu-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril, que denunciava a guerra colonial, as opressões a que as mulheres eram sujeitas, um sistema judicial persecutório, a emigração e a violência fascista.
Como escritora, estreou-se no campo da poesia em 1960, mas construiu um percurso literário composto também por romances e contos.
Em dezembro de 2024, Maria Teresa Horta foi incluída numa lista elaborada pela estação pública britânica BBC de 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo, que incluía artistas, ativistas, advogadas ou cientistas.
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