A Unidade de Saúde Local (ULS) do Oeste desmentiu, esta terça-feira, que tenha havido "más-práticas e negligências" no caso da morte de Eduardo Dias, durante o atendimento no Hospital das Caldas da Rainha.
"Cumprindo integralmente a privacidade dos dados clínicos do utente a que está vinculada por lei, a ULS Oeste vem desmentir as acusações de que os profissionais da instituição ignoraram a existência de doença crónica preexistente", lê-se numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, depois de a morte deste utente ser noticiada pela imprensa nacional e internacional.
"É igualmente falso que a medicação prescrita no primeiro atendimento tenha qualquer contraindicação ou interação com a medicação de toma habitual do doente", garantem os responsáveis, dando conta de que é também "fundamental esclarecer ainda que a família do utente ainda não contactou a instituição para o esclarecimento de quaisquer dúvidas ou apresentação de reclamação formal".
Acrescenta-se na nota, no entanto, que estão "à disposição dos familiares do utente para fornecer todas as informações sobre o quadro clínico do doente que considerem necessárias, e prestar o apoio necessário neste momento de dor".
A ULS do Oeste diz-se ainda "segura" de que a causa de morte do utente "vai ser apontada com precisão no relatório da autópsia, realizada pelas autoridades competentes, a quem caberá a divulgação do respetivo relatório e conclusões".
Em causa está uma notícia avançada pelo Correio da Manhã, que dá conta de que o homem, de 44 anos, era diabético e que na unidade hospitalar em causa lhe foram administrados medicamentos e injeções incompatíveis com o problema de saúde que sofria - de acordo com o jornal.
O homem morava em São Martinho do Porto, no distrito de Leiria, e deslocou-se ao hospital três dias antes de morrer, a 27 de janeiro. "Começou por ter uma dor lombar, depois na região do abdómen, no peito, nas costas, e na perna, e tinha muita febre", explicou o irmão da vítima ao programa brasileiro Balanço Geral, emitido pela Record TV.
Segundo o irmão, na unidade foi-lhe dado uma medicação e uma injeção, tendo este depois tido alta e seguido para a sua casa. Dois dias depois voltou ao hospital, onde levou uma nova injeção e, no dia seguinte, a terceira dose foi-lhe dada em casa, por uma enfermeira, alegadamente, do Centro de Saúde de S. Martinho do Porto.
Eduardo Dias começou a sentir falta de ar e a transpirar em excesso, tendo sido ativados os bombeiros. O homem acabou por morrer no hospital.
Já ao Correio da Manhã, a mulher da vítima disse que o médico lhe tinha dito que este tinha entrado em choque devido às medicações. Segundo o que conta Mylena Fernandes, o médico disse ainda que Eduardo Dias não tinha dito que era diabético, apesar de, segundo a esposa, o homem já ter estado outras vezes no hospital devido à doença.
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