Portugal "bastante preocupado" com cortes ao desenvolvimento pelos EUA

O Governo português está "bastante preocupado" com a decisão da administração norte-americana de Donald Trump de cortar a ajuda ao desenvolvimento e quer sensibilizar Washington que, em países como Moçambique, "um dólar faz a diferença".

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Lusa
04/02/2025 20:12 ‧ há 3 horas por Lusa

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EUA

"Há muitas populações em situação quase extrema que serão imediatamente afetadas", disse hoje o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante uma audição na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, em resposta ao deputado Rui Tavares, do Livre.

 

"Gostaríamos de sensibilizar a administração norte-americana para algumas questões que conhecemos de perto, por exemplo Moçambique, onde a ajuda é decisiva para a sobrevivência no mês seguinte ou para a qualificação de vidas. Ali, um dólar faz a diferença", afirmou o governante.

Nos primeiros dias do seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, suspendeu toda a ajuda internacional durante 90 dias.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, será o novo diretor interino da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que acusou de estar "completamente desprovida de capacidade de resposta", criticando a "insubordinação" naquele organismo.

A USAID, que gere programas de ajuda em cerca de 120 países, foi criada em 1961 pelo Presidente John F. Kennedy para assegurar a administração da ajuda humanitária internacional dos EUA e dispõe de um orçamento de vários milhares de milhões de dólares para organizar projetos internacionais com o objetivo de combater a pobreza, doenças e responder à fome e às catástrofes naturais.

A agência promove ainda a democracia e o desenvolvimento através do seu apoio às organizações não-governamentais (ONG), aos meios de comunicação social independentes e às iniciativas sociais.

Durante a audição parlamentar, o ministro referiu-se ainda ao futuro da Ucrânia, invadida pela Rússia há quase três anos, defendendo que discussões sobre uma "paz justa" têm de envolver Kyiv e a União Europeia, quando Donald Trump admite discutir uma possível solução para o conflito diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin.

As condições para o fim do conflito, defendeu Rangel, devem respeitar os princípios do Direito internacional e as fronteiras ucranianas.

O governante abordou ainda a candidatura portuguesa a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2027-2028, em relação à qual o executivo considera que "a campanha está a correr francamente bem".

No entanto, o ministro ressalvou que "falta um ano e meio" para a eleição, que se faz por voto secreto.

"Nunca estamos seguros. Temos de continuar a trabalhar", nomeadamente com os países árabes, de África, do Caribe ou do Pacífico, defendeu.

"Não podemos nunca descansar nem dar por garantido, apesar de as nossas perspetivas serem positivas, mas podem evaporar-se no tempo", comentou.

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