De acordo com o mapa-calendário, divulgado na página da Internet da CNE, no dia em que termina o prazo para a apresentação das candidaturas para as eleições para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, as listas serão afixadas à porta do Tribunal do Funchal.
Na terça-feira, serão sorteados os lugares em que as candidaturas vão surgir nos boletins de voto.
As listas definitivamente admitidas, após terem decorrido os prazos de verificação da regularidade dos processos e possíveis retificações, serão conhecidas até 07 de março.
O recenseamento eleitoral está suspenso desde 28 de janeiro e até ao dia das eleições.
A campanha eleitoral irá decorrer entre 09 e 21 de março.
As eleições de 23 de março ocorrem dez meses após as últimas legislativas regionais, em 26 de maio de 2024.
As eleições de maio de 2024, também antecipadas, realizaram-se depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção. Posteriormente, Miguel Albuquerque apresentou a demissão, o que levou à queda do executivo.
Agora, em 17 de dezembro, o Governo minoritário do PSD saído das eleições de maio foi também derrubado, com a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles -- Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.
A aprovação da moção de censura, inédita no arquipélago, implicou a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho de 2024, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.
Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu novamente o parlamento madeirense e convocou novas eleições regionais antecipadas para 23 de março -- o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.
Nas eleições de 26 de maio, 14 candidaturas disputaram os 47 lugares do parlamento regional, num círculo único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
De acordo com o mapa oficial com o resultado das eleições legislativas regionais da Madeira publicado em 03 de junho em Diário da República, dos 254.522 eleitores inscritos para a eleição dos deputados para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, houve 135.917 votantes (53,40%) e a taxa de abstenção foi de 46,60%.
Entre os votantes, houve registo de 133.124 votos validamente expressos (97,95%), 2.181 nulos (1,60%) e 612 votos em branco (0,45%).
Entre os 47 mandatos atribuídos, o PSD elegeu 19 deputados, o PS 11, o Juntos Pelo Povo (JPP) nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a Iniciativa Liberal (IL) e o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) elegeram um deputado cada.
As outras sete candidaturas não conseguiram eleger deputados, nomeadamente BE, CDU, PTP, Livre, RIR, MPT e ADN.
Entre as sete candidaturas que conseguiriam eleger deputados, o PSD teve 49.104 votos (36,89%), o PS obteve 28.981 (21,77%), o JPP alcançou 22.959 (17,25%), o Chega arrecadou 12.562 (9,44%) e o CDS-PP 5.374 (4,04%).
Com a eleição de apenas um deputado, a IL registou 3.481 votos (2,61%) e o PAN obteve 2.531 (1,90%).
Ainda de acordo com o mapa oficial, a CDU conseguiu 2.217 votos (1,67%), o BE teve 1.912 (1,44%), o PTP obteve 1.222 votos (0,92%), o Livre registou 905 (0,68%), o ADN captou 772 (0,58%), o MPT arrecadou 577 (0,43%) e o RIR alcançou 527 (0,40%).
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