Autarca diz que criminalidade na Baixa subiu apesar de diminuir em Lisboa

O presidente da junta de Santa Maria Maior congratulou-se hoje, no parlamento, com a redução da criminalidade em Lisboa, mas salientou que na sua freguesia aumentou, apelando para o reforço da segurança com mais iluminação pública e videovigilância.

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© Porto de Lisboa

Lusa
06/02/2025 21:26 ‧ há 3 horas por Lusa

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Lisboa

"Em primeiro lugar, queria congratular-me com os resultados anunciados pela PSP da diminuição da criminalidade em Lisboa. [...] De facto, partilho desse sentimento de que a criminalidade desceu bastante na cidade de Lisboa, contudo na freguesia de Santa Maria Maior aumentou", afirmou Miguel Coelho (PS).

 

O autarca da freguesia da zona da Baixa lisboeta, que falava numa audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, sobre a operação policial na Rua do Benformoso, em dezembro, acrescentou que "as pessoas têm-se dirigido muito à junta por questões de segurança, quase todas relacionadas com o tráfico" e "o consumo de drogas ao ar livre".

"Há criminosos em todas as raças, em todas as etnias, a começar pela nossa, maioritária, termina nas outras todas, e há consumos de drogas em todas as raças e etnias", como há traficantes, apontou o autarca socialista, assegurado que a sua preocupação "é para com os comportamentos, e não para com quem faz, ou qual é a origem da pessoa".

Nesse sentido, reiterou não se rever na ação policial da Rua do Benformoso, em dezembro, quando dezenas de pessoas foram encostadas à parede, de braços no ar, mas argumentou que "não quer dizer que ações daquelas não sejam necessárias nos sítios certos".

"Claro que há a criminalidade no Benformoso, como há no Martim Moniz, como há em tantas outras ruas da freguesia de Santa Maria Maior, e sobretudo na Mouraria", reconheceu, notando que existem "zonas bem mais pesadas do que aquelas onde é preciso que a polícia vá, e que continue a ir".

"Não estou nada arrependido daquilo que disse, mas não diria da mesma maneira, porque não me sinto em condições de que tenha sido um ato racista, mas foi porventura passível de interpretação racista por parte de alguns que não estejam informados com aquilo que está a acontecer naquele território", explicou.

Por isso, considerou a ação "exagerada e não necessária", de "resultados porventura escassos", apesar de querer "mais polícia ali no território, em policiamento de proximidade, em patrulhas, e sobretudo de noite", que "é quando as coisas mais difíceis para as pessoas que moram naquele território acontecem".

Pareceu-me que aquela ação para os meios usados teve resultados pouco expressivos e foi uma espécie de pesca de arrasto que não é agradável ver, nem sentir", reforçou.

A junta de freguesia tem vindo a exigir à Câmara Municipal de Lisboa "mais iluminação", pois com "ruas iluminadas, o sentimento de segurança e a criminalidade diminuem automaticamente", e também pedido "videovigilância, não em todo o sítio, mas nas zonas perfeitamente identificadas", em "locais privilegiados para a criminalidade".

Outras exigências passam por guardas-noturnos e a diminuição dos horários de "venda de bebidas alcoólicas para a rua", por exemplo até às 22:00, para terminar com "situações muito inconvenientes" de madrugada, "com as pessoas a insultarem os idosos, a invadirem os prédios" quando alguém "refila lá de cima".

O presidente da junta disse ter "uma relação cordial e simpática" com presidente da câmara, mas assumiu "uma profunda divergência" com Carlos Moedas (PSD), sobretudo porque "fala, fala, mas não faz nada".

Para Miguel Coelho, mais do que o discurso de mais polícia e poderes, a Polícia Municipal tem que fazer "mais patrulhamento, mais fiscalização dos horários", mesmo reconhecendo "que a falta de efetivos é um problema".

O autarca avançou ainda que a junta de Santa Maria Maior, entre 2020 e 2025, emitiu na Rua do Benformoso, partilhada com outra freguesia, 1.149 atestados de residência, com base em contratos de arrendamento, e nenhum com testemunhas, recusando narrativas que existam prédios com mais de 100 atestados.

"Há dois prédios que têm 26 atestados, na mesma morada. É muito, acredito que sim, mas apesar de tudo, senhoras e senhores, não são os tais 100 atestados ou 1.000 atestados" num só prédio, frisou.

O partido Livre requereu o convite para Miguel Coelho, no âmbito da polémica operação policial em 19 de dezembro de 2024, na Rua do Benformoso, a par da audição urgente da ministra da Administração Interna e do diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública.

Leia Também: Criminalidade? Medina acusa Moedas de "criar problemas onde não estão"

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