O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) reforçou, este domingo, estar "preparado em caso de eventuais deportações de portugueses nos Estados Unidos", algo que já tem vindo a dizer desde que a temática se tornou presente - com deportações a serem feitas para outros países.
A garantia foi dada ao Notícias ao Minuto por fonte do MNE, um dia depois de, no sábado, o conselheiro das Comunidades Portuguesas pelo círculo de Washington, Mário Francisco Ferreira, ter solicitado uma reunião de emergência do Conselho Consultivo da Embaixada nos Estados Unidos sobre o impacto das deportações de imigrantes determinadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
O pedido foi feito numa carta dirigida ao embaixador de Portugal em Washington, Francisco Duarte Lopes. Na missiva, o conselheiro das Comunidades em causa, Mário Francisco Ferreira, pede "uma reunião de emergência do Conselho Consultivo, na próxima semana, para obter informações sobre os chamados 'planos de contingência'" do Executivo português face a eventuais deportações dos seus cidadãos. O responsável, também conhecido como Frank Ferreira, pede a presença na reunião do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e do secretário de Estados das Comunidades, José Cesário.
Note-se que já na semana passada o chefe da diplomacia portuguesa foi ouvido no Parlamento em relação ao assunto na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, dando conta de que ainda nenhum português ou luso-venezuelanos foram deportados do país desde que Trump anunciou as deportações, e que em caso de estes voltarem para Portugal, "terão um acompanhamento próprio".
Paulo Rangel recusou ainda visões "catastróficas", assegurando que o Executivo estava a acompanhar "ao milímetro" a situação.
Já em janeiro, o conselheiro Mário Francisco Ferreira tinha alertado para a falta de respostas e orientações por parte do Governo português, considerando a situação "lamentável".
O alerta para as deportações já surgia por parte da comunidade portuguesa nos Estados Unidos até antes da tomada de posse, com o senador luso-americano de Connecticut Rick Lopes a advertir os portugueses indocumentados, já em novembro, de que Trump era alguém "não se importa com as pessoas que vêm para este país para torná-lo forte".
Depois das declarações do ministro, também o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas vai ser ouvido no Parlamento, com audição marcada para o próximo dia 25.
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