O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, esteve esta segunda-feira, em Israel, com familiares de reféns do Hamas e sublinhou que o mais importante agora é "mantermos o acordo de cessar-fogo".
"Estive agora com três mães de dois reféns. Um que se supõe estar vivo e outro que morreu e de um rapaz que foi assassinado durante os ataques de 7 de Outubro. A coisa mais importante para completarmos a libertação de reféns e a devolução daqueles que foram mortos é mantermos o acordo de cessar-fogo", defendeu Rangel em declarações aos jornalistas portugueses no local.
Confrontado com a sugestão do presidente norte-americano, Donald Trump - de retirar os palestinianos da Faixa de Gaza para reconstruir o território -, Paulo Rangel recusou comentar a questão diretamente, lembrando apenas que "Portugal é a favor da solução de dois Estados".
"O que implica a criação de um Estado palestiniano. Sobre isso não é preciso estar sempre a repetir a mesma coisa, porque nós queremos também manter a capacidade de diálogo", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas estão no meio de um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual se prevê que o Hamas liberte dezenas de reféns capturados no ataque de 7 de Outubro de 2023 em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinianos.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, no mês passado, as duas partes procederam a cinco trocas, libertando 21 reféns e mais de 730 prisioneiros.
Israel e o Hamas envolveram-se numa guerra em outubro de 2023, na sequência de um ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano no sul do território israelita que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. Em represália, Israel lançou uma ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, matando mais de 48 mil pessoas.
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