Montenegro promete defender implementação do acordo com Mercosul na UE

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, prometeu hoje ao Presidente do Brasil, Lula da Silva, que fará uma defesa intransigente na União Europeia (UE) da implementação do acordo com o Mercosul.

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Lusa
19/02/2025 18:16 ‧ há 2 dias por Lusa

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Diplomacia

"Seremos, como temos sido, defensores intransigentes daquela que reputamos ser a obrigação da UE em implementar o acordo UE/Mercosul", declarou Luís Montenegro, em conferência de imprensa conjunta com o Presidente Lula da Silva, no fim da 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, no Palácio do Planalto, em Brasília.

 

O chefe do Governo PSD/CDS-PP referiu que "este foi um acordo que demorou 25 anos a negociar" e que "abre as portas à criação de uma relação comercial regulada, reciprocamente justa, entre dois espaços que unem mais de 700 milhões de pessoas, que unem uma fatia muito significativa do Produto Interno Bruto (PIB) mundial".

Luís Montenegro advertiu os parceiros europeus de que, "se não for implementado" este acordo, o Mercosul -- de que fazem parte o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai -- "é um espaço que fica aberto a outros blocos comerciais". 

"Os europeus, se não tiverem a capacidade de o implementar, depois não se podem queixar de ver outros blocos comerciais invadir de forma não regulada, de forma não leal do ponto de vista da concorrência, do comércio internacional o espaço que não tiveram a capacidade de ocupar", acrescentou.

O primeiro-ministro português reforçou o seu empenho nesta matéria: "Quero vos dizer, enquanto uma das partes da UE, que não me cansarei de usar os argumentos que são necessários para que a União Europeia possa implementar o acordo que subscreveu".

Antes, também o Presidente do Brasil falou deste assunto, manifestando a expectativa de que o acordo União Europeia/Mercosul entre em vigor.

"Quando o protecionismo comercial ganha força no mundo, demonstramos o potencial da integração. Não há dúvidas de que o acordo trará benefícios para os dois blocos. Ele significará acesso a bens e serviços mais baratos, aumento dos investimentos e cooperação renovada para proteger o meio ambiente, sem prejuízo da política de neoindustrialização brasileira", defendeu Lula da Silva.

Também Luís Montenegro criticou o protecionismo, questionado sobre a política de tarifas do Presidente norte-americano, Donald Trump, 

"Nós defendemos regras de comércio livre e justo e, portanto, entendemos que a fixação unilateral de tarifas, de posições protecionistas, não é o melhor caminho para podermos promover crescimentos económicos sustentáveis, que sirvam as trocas comerciais e que, por via disso, sirvam também as populações", disse. 

O primeiro-ministro português defendeu que "haja diálogo entre os líderes dos blocos comerciais, dos países, para que haja regras justas, regras de reciprocidade" e apontou como o acordo UE/Mercosul como exemplo.

Segundo Montenegro, "uma escalada de decisões protecionistas pode ter alguns efeitos económicos aparentes ou aparentemente bons numa primeira fase, mas redundará num aumento de preços que, a médio prazo, trará dissabores económicos a quem for por esse caminho e, por via disso, terá também consequências na vida das populações". 

[Notícia atualizada às 21h58]

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