O primeiro-ministro, Luís Montenegro, dirigiu-se ao país, esta noite de sábado, para dar conta das suas "decisões pessoais e políticas", depois de ter sido revelado que a empresa detida pela sua mulher e filhos recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde.
A declaração decorreu na residência oficial de São Bento, na sequência de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que arrancou com 1h20 de atraso, no mesmo local.
O chefe do Governo anunciou que a Spinumviva passará a ser "totalmente detida e gerida pelos filhos", deixando a mulher de ser sócia gerente. Além disso, mudará de sede.
Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que, "sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais" relacionados com a sua empresa familiar, não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do Executivo.
Montenegro instou também os partidos com representação parlamentar "a declarar, sem tibiezas, se consideram, depois de tudo o que já foi dito e conhecido, que o Governo dispõe de condições para continuar" a executar o seu programa, equacionando a possibilidade de apresentar uma moção de confiança.
Reações condenatórias não tardaram, tendo o PCP dado conta de que avançará com uma moção de censura ao Executivo. O PS, por seu turno, já disse que votará contra.