O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, confirmou que a moção de confiança foi "entregue há uns minutos" na Assembleia da República.
"Nesse pressuposto, estamos em condições de ter o debate no próximo dia 11 de março, terça-feira", revelou Pedro Duarte, em declarações aos jornalistas no Porto.
O responsável pela pasta dos Assuntos Parlamentares revelou esperar que os "partidos da oposição mantenham alguma irresponsabilidade e olhem pouco para o interesse nacional", chumbando a moção de confiança, mas deseja que haja "sentido de Estado suficiente de perceber que o Governo está numa senda muito positiva".
"O país está a ter sinais de que a governação está a ter resultados na vida dos portugueses. Estamos a aumentar salários, pensões e a economia está a crescer. Devíamos continuar a privilegiar a estabilidade, mas parece que os partidos da oposição estão apostados em derrubar o Governo. Faço um apelo para que repensem o seu posicionamento, mas não quer dizer que tenha grande esperanças, confesso", pediu o ministro.
Sobre a polémica com a empresa familiar do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que esteve na origem desta crise política, Pedro Duarte garantiu que o Governo vai "continuar a prestar todos os esclarecimentos".
"Bem sei que muitas vezes são considerados insuficientes, até porque outras questões vão surgindo, mas seja como for, o Governo tem de estar integralmente disponível para prestar os esclarecimentos que forem necessários. Também já vimos anunciadas perguntas que nunca chegaram. Vamos aguardar, estamos a responder com prontidão", acrescentou.
Na quarta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu eleições antecipadas em maio, depois de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado uma moção de confiança que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.
O voto de confiança foi avançado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que "não foi avençado", nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.
O Conselho de Ministros reuniu-se por via eletrónica esta quinta-feira de manhã e já aprovou o texto da moção de confiança que foi, depois, entregue no Parlamento.
[Notícia atualizada às 15h24]
Leia Também: Governo faz post polémico sobre moção de confiança. "Propaganda"