O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, fez na segunda-feira um balanço acerca do impacto das obras que têm vindo a ser realizadas na Baixa de Algés, apontando, nomeadamente, as melhorias que têm resultado em zonas sem inundações (ao contrário do que aconteceu em 2022, à semelhança de outros locais).
Mas, e apesar de não se terem registado inundações nos últimos dias no local, a APROSOC - Associação de Proteção Civil, considera "falsas e tendenciosas" algumas destas informações.
O que diz Isaltino Morais?
"Nestes últimos dias, a chuva tem sido intensa, e sei que muitos estavam preocupados com a possibilidade de novas inundações na Baixa de Algés, especialmente na Rua Major Afonso Palla. A verdade é que, graças ao trabalho contínuo da Câmara Municipal de Oeiras na Ribeira de Algés, esse cenário não se verificou", escreveu o autarca no Facebook, partilhando um vídeo no qual se verifica um local sem inundações, numa altura em que a chuva tem caído de forma forte - e criado alguns problemas noutros locais.
"Estive hoje no local e fiz um vídeo para vos mostrar o impacto real das obras que temos vindo a realizar. Estamos a investir para resolver problemas estruturais e garantir que Algés e outras zonas vulneráveis do concelho fiquem mais protegidas face a fenómenos climáticos extremos. O nosso compromisso é esse: antecipar, prevenir e agir para melhorar a qualidade de vida em Oeiras", garante o presidente de Oeiras.
Assista ao vídeo abaixo:
O que diz a Associação de Proteção Civil?
No vídeo, Isaltino Morais fala também acerca da intensidade da chuva, dizendo: "Nestes últimos dias, a chuva tem sido intensa, e sei que muitos estavam preocupados com a possibilidade de novas inundações na baixa de Algés, especialmente na Rua Major Afonso Palla. A verdade é que, graças ao trabalho contínuo da Câmara Municipal de Oeiras na Ribeira de Algés, esse cenário não se verificou. Estive hoje no local e fiz um vídeo para vos mostrar o impacto real das obras que temos vindo a realizar. Estamos a investir para resolver problemas estruturais e garantir que Algés e outras zonas vulneráveis do concelho fiquem mais protegidas face a fenómenos climáticos extremos. O nosso compromisso é esse: antecipar, prevenir e agir para melhorar a qualidade de vida em Oeiras".
Estas são declarações que, em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a APROSOC - Associação de Proteção Civil diz "não corresponderem minimamente à realidade dos factos", e justifica a sua posição, dizendo que "a quantidade de precipitação que caiu nos últimos dias tanto no concelho da Amadora, como na área circundante da ribeira de Algés no concelho de Oeiras, foi de cerca de 10% da precipitação que antecedeu as cheias e inundações de Algés em 2022."
"Por outro lado, os períodos de saturação do solo nos últimos dias, ao invés do que ocorreu em 2022, coincidem geralmente com a baixa mar no Rio Tejo", apontam os responsáveis.
A APROSOC refere ainda que não conhece os investimentos que "possam ter contribuído significativamente para evitar cheias e inundações na baixa de Algés" porque, segundo explicam, em 2022 a maioria das "inundações de caves aconteceu por água que brotava pelos pelas sanitas e caixas de esgoto interiores dos edifícios, e não de água entrada pelas portas que inundou ainda geralmente estabelecimentos comerciais de rés do chão."
Questionada pelo Notícias ao Minuto acerca destas acusações, a Câmara Municipal de Oeiras esclareceu que "logo em 2022, foi desenvolvido um Plano de Mitigação dos efeitos das cheias para minimizar o impacto na Baixa de Algés", plano esse "que continua a ser materializado e entre as suas principais medidas já implementadas, destaca-se o desassoreamento da Ribeira de Algés, no troço a jusante, entre o caminho de ferro e a foz, já no domínio do concelho de Lisboa, e que implicou um investimento de 500 mil euros", suportado pela autarquia.
"Além disso, foram instaladas comportas contra enchentes em todos os acessos habitacionais e de comércio na zona compreendida entre o Largo Comandante Augusto Madureira e Rua Major Afonso Palla, de acordo com o levantamento efetuado pela Proteção Civil Municipal. Instalação de um sistema de retenção e encaminhamento de águas para garantir a salvaguarda dos edifícios municipais mais afetados pelas cheias e inundações foi outra das medidas, bem como a obra realizada junto ao Largo Comandante Augusto Madureira que serve como uma bacia de retenção em caso de transbordo da ribeira", detalham os responsáveis, referindo que a medida mais importante já desenvolvida pelo município foi "concretizada em dezembro de 2024, quando finalmente foi assinado o acordo com o Governo para se avançar com a requalificação da Ribeira de Algés, como há muito havia este Município defendido."
Quanto a sinais de alerta, a Câmara dá a garantia de que estão instalados sinais sonoros nos parques de estacionamento sob gestão da Parques Tejo na Baixa de Algés, assim como existem sensores de subida do nível de água no caudal da ribeira."
"Assim, a obra reabilitação da atual conduta da ribeira, que irá implicar um investimento de 1.8 milhões de euros, deverá começar em abril e terminar em setembro. Está também já a ser desenvolvido o projeto para a duplicação da Ribeira de Algés e que deverá estar concluído em setembro para que, depois de concretizada a obra, fique definitivamente resolvido o problema das cheias em Algés que, como também já foi reconhecido pelo Governo, é de responsabilidade intermunicipal, uma vez que o caudal da ribeira de Algés drena dos concelhos da Amadora e de Lisboa", rematam.
[Notícia atualizada com as respostas da autarquia às 19h23]
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