O II Congresso Ibérico da Associação de Professores de História realiza-se em Vila Real de Santo António, concelho do distrito de Faro, e em Isla Cristina, município da província de Huelva, na comunidade autónoma espanhola da Andaluzia, e tem como tema "O terramoto de 1755. Tempos difíceis de ambos os lados do Guadiana", destacou a autarquia algarvia num comunicado.
O objetivo do encontro, que junta "especialistas de Portugal e Espanha", é analisar "o impacto do sismo no Sul da Península Ibérica e as respostas políticas e sociais que se seguiram", percebendo como "as sociedades lidaram com a catástrofe" e a influência que esta teve na "organização social, económica e política da região", precisou a Câmara vila-realense.
"Um dos eixos centrais da reflexão será a história ambiental, analisando a relação entre as populações e o meio ambiente ao longo do tempo, especialmente no que toca à adaptação a catástrofes naturais", salientou o município.
A mesma fonte frisou que o congresso tem um valor "educativo" e promove "projetos transfronteiriços no ensino da História" que visam também incutir o "pensamento crítico" sobre catástrofes naturais e as consequências para as populações.
Na sexta-feira, o Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António, acolhe a primeira iniciativa do evento: a Assembleia Geral da Associação de Professores de História, às 13:00.
O congresso abre uma hora depois, com intervenções sobre educação histórica e narrativa ambiental, de Marília Gago, da Universidade do Minho, o impacto do terramoto no Condado de Niebla, por Francisco de la Cruz García García, e o plano de restauração do Reino do Algarve em Vila Real de Santo António, de Andreia Fidalgo, da Universidade do Algarve, adiantou.
No sábado, Manuel Costa Pereira, do Instituto Superior Técnico, dá uma conferência sobre os desafios naturais e respostas adaptativas das comunidades costeiras, e Elsa Mendes, do Plano Nacional de Cinema, vai abordar a representação de catástrofes naturais no cinema.
O historiador Fernando Pessanha guia depois os participantes numa visita de estudo à cidade algarvia, e à tarde o congresso prossegue em Isla Cristina com comunicações sobre o urbanismo pombalino (Miguel Monteiro de Barros, Universidade NOVA) e os efeitos do maremoto de 1755 no litoral de Cádis (Francisco Aparicio Florido, Universidad de Cádiz).
O último dia do evento também se realiza em Isla Cristina, no espaço CIT Garum, com apresentações sobre o terramoto de 1755 no Estreito de Gibraltar, as implicações da catástrofe no património natural e cultural e a relação entre Isla Cristina e o mar, antes de o congresso ser encerrado com uma visita de barco à ria de Isla Cristina e um almoço convívio.
O congresso é organizado pela Associação de Professores de História, Associação Andaluza Hespérides, pela Conselheira de Desenvolvimento Educacional e Formação Profissional da Junta de Andaluzia e pelos municípios de Vila Real de Santo António e Isla Cristina.
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