De acordo com o estudo 'Chamada de trabalhos: Desembaraçando os nós entre desinformação e desigualdade' existem três linhas possíveis onde a desinformação produz e impulsiona a desigualdade social.
O primeiro caso identificado está relacionado com "as propostas que analisam a desinformação dirigida a grupos sociais ou culturais desfavorecidos, marginalizados, discriminados e/ou estigmatizados (por exemplos: mulheres, minorias sexuais ou de género)".
Neste caso, as propostas podem concentrar-se num grupo desfavorecido específico ou abordar a questão de uma perspetiva interseccional.
"Em segundo lugar, as propostas podem explorar campanhas de desinformação destinadas a deslegitimar e silenciar a justiça social, protesto social ou os movimentos de ativismo que trabalham para reduzir as desigualdades e/ou mitigar os seus feitos", lê-se no estudo.
Esta questão pode ser abordada de vários ângulos, como "guerras culturais", "cultura do cancelamento" ou qualquer outra perspetiva.
Em terceiro lugar, "os artigos podem concentrar-se na desinformação que explora as desigualdades sociais, económicas e culturais para alimentar tensões e divisões", como por exemplo, "narrativas populistas que usam a desinformação para polarizar grupos e sociedades".
O estudo conclui assim que as propostas que abordam a desinformação como fonte de desigualdade podem centrar-se em entidades (grupos políticos, plataformas, instituições governamentais), estratégias, tecnologias (inteligência artificial (IA)) e/ou discursos de desinformação.
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