"Europa deve fazer parte da solução de segurança para a Ucrânia"

O Presidente da República defendeu esta terça-feira que a Europa deve fazer parte da solução de segurança que vier a ser criada para a Ucrânia num cenário de pós-guerra, apontando que a participação portuguesa será definida em conjunto com os aliados.

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© Ton Molina/Getty Images

Lusa
18/03/2025 13:08 ‧ ontem por Lusa

País

Marcelo Rebelo de Sousa

Numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga eslovena, Natasa Pirc Musar, no Palácio Presidencial de Ljubljana, por ocasião de uma visita de Estado à Eslovénia, Marcelo Rebelo de Sousa disse que os dois países estão "de acordo quanto a que não é possível excluir a Ucrânia numa matéria em que o centro desta guerra de três anos tem sido a Ucrânia", enfatizando que tal seria "um absurdo".

 

"Também não é possível excluir a Europa, porque se trata de uma guerra global, envolvendo potências globais, mas que ocorre num teatro europeu e onde, obviamente, está em causa a segurança europeia", prosseguiu.

Do mesmo modo, sustentou, "Portugal entende que não faz sentido excluir a Europa da solução de segurança que vier a ser criada agora neste momento de discussão de cessar-fogo, mas sobretudo para uma paz duradoura".

Quanto às negociações com vista a um acordo de paz, e à anunciada conversa telefónica de hoje entre os Presidentes dos Estados Unidos [EUA] e da Rússia, Marcelo lembrou que "a posição portuguesa é a de integrar todos os esforços, estando em todas as cimeiras, que envolvem a União Europeia, em todos os esforços de reflexão feitos na NATO, e na preocupação de que os EUA façam parte da solução e não fiquem à margem da solução".

"Portugal já disse que, uma vez definidos os contornos daquilo que será a segurança europeia para garantir militarmente a concretização de uma trégua, cessar-fogo, de uma paz duradoura, Portugal continua disponível, como tem estado permanentemente, a apoiar, do ponto de vista não só humanitário, financeiro, mas também militar, a Ucrânia", disse.

De acordo com o chefe de Estado, "a forma adequada para isso será definida em função da avaliação coletiva, uma vez que é uma avaliação coletiva que está a ser feita por um conjunto de países preocupados com a garantia de segurança da solução a que se chegar".

Falando a seguir, a Presidente da Eslovénia disse estar "completamente de acordo" com Marcelo Rebelo de Sousa, e lamentou todas as iniciativas levadas a cabo de forma seletiva.

"Há ano e meio participei numa conferência de paz na Suíça, falei de maneira aberta e disse que não era justo falar sem a Rússia. Hoje, digo que não é justo falar de paz na Ucrânia sem a Ucrânia. A Ucrânia tem de ser parte destas negociações", disse Natasa Pirc Musar.

Na mesma linha, a chefe de Estado eslovena assumiu ser "crítica em relação à Europa", assinalando que foi das primeiras líderes "a dizer que não era justo convidar só países grandes e não os pequenos" para conversações sobre a Ucrânia.

"Todos somos parte desta questão. As conversações devem ter a nível da UE, e não com uma seleção de países. Cada país tem capacidade de contribuir para este processo, e quanto mais amplo for, melhor", defendeu.

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, vão discutir hoje à tarde, por telefone, uma possível solução para a guerra na Ucrânia e a normalização das suas relações bilaterais, declarou hoje o Kremlin.

Na semana passada, Putin mostrou-se disposto a abordar com Trump as dúvidas levantadas pela proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, que Kiev já aceitou.

Em resposta à proposta, garantiu que a Rússia apoia uma trégua, mas vê muitos problemas na aplicação e verificação de um cessar-fogo, nomeadamente impedir Kiev de aproveitar o momento para se reagrupar e rearmar.

Os dois líderes falaram pela primeira vez em 12 de fevereiro, uma conversa na qual concordaram em iniciar um processo de negociação para colocar fim ao conflito na Ucrânia.

Os especialistas apontam que a decisão de realizar uma cimeira em território neutro dependerá do resultado da conversa telefónica entre Putin e Trump.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Leia Também: Kyiv pede à Rússia que aceite cessar-fogo sem condições

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