IGAS considera que "não houve falha" em atendimento a grávida nas Caldas

O processo foi instaurado após a grávida, que sofreu um aborto espontâneo, afirmar que "tinha visto negada a assistência no Hospital das Caldas da Rainha". O caso remonta a 5 de agosto de 2024.

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Notícias ao Minuto com Lusa
19/03/2025 16:23 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Grávida

A Unidade de Local de Saúde (ULS) do Oeste informou, esta quarta-feira, que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) considerou não ter havido "qualquer falha ou irregularidade" na assistência a uma utente grávida por parte dos profissionais de saúde do Hospital das Caldas da Rainha, em agosto de 2024.

 

"A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) procedeu ao arquivamento do processo a um episódio envolvendo a assistência a uma utente grávida, ocorrida em agosto de 2024, no Hospital das Caldas da Rainha", lê-se num comunicado da ULS do Oeste enviado às redações.

E continua: "De acordo com a avaliação dos inspetores da IGAS, não houve qualquer falha ou irregularidade nos procedimentos realizados pelos profissionais do referido hospital, tendo sido prestada a assistência logo após o contacto com as equipas que estavam de serviço". 

A ULS do Oeste explica que o "processo foi instaurado na sequência de notícias onde se afirmava que uma grávida com aborto espontâneo tinha visto negada a assistência no Hospital das Caldas da Rainha".

Citando o relatório da IGAS, "agora divulgado", a Unidade Local de Saúde escreve que "o atendimento foi efetuado no imediato após o contacto com os serviços do Hospital, tendo sido prestado à utente todos os cuidados necessários, assegurando o seu bem-estar e o cumprimento das normas de saúde".

"Ainda durante a fase de inquérito e de acordo com o relatório em causa, a própria utente e o acompanhante afirmaram que foram prestados todos os cuidados necessários e de forma célere. Esta atuação das equipas médicas que permitiu a rápida resolução da hemorragia e o restabelecimento da saúde física da utente. A utente recebeu ainda apoio psicológico por parte da ULS do Oeste", pode ler-se.

A ULS do Oeste dá ainda conta de que "o mesmo relatório da IGAS afirma não existirem quaisquer indícios de violação de deveres funcionais dos trabalhadores" desta unidade de saúde, "nem a violação das leges artis por parte dos profissionais de saúde".

E acrescenta: "Tendo desde o início defendido que a atuação havida tinha sido adequada, a ULS do Oeste reafirma o seu compromisso com a qualidade e segurança dos cuidados prestados, pautando-se pelos mais elevados padrões éticos e profissionais". 

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) tinha também determinado, em 09 de setembro, o arquivamento do inquérito, após ter concluído que "os procedimentos assistenciais empregues se revelaram aptos à garantia dos direitos e interesses legítimos da utente, que à ERS cumpre garantir, mormente do direito de acesso, em tempo útil, aos cuidados de saúde necessários e adequados à sua situação clínica".

Em 05 de agosto (dia em que a urgência de Obstetrícia estava fechada), o comandante dos bombeiros de Caldas da Rainha, Nelson Cruz, relatou que às 07:21 uma ambulância da corporação foi acionada pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para socorrer a mulher, de 32 anos, que estava em frente à urgência, dentro do carro, com hemorragias, após sofrer um aborto espontâneo.

Chegados ao local, os bombeiros passaram informações sobre o estado da mulher ao CODU e disseram ao marido para ir pedir ajuda dentro do hospital, embora o homem já o tivesse feito assim que chegaram.

"O CODU deu a possibilidade de irem para a Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, mas o colega alertou que a senhora estava com uma hemorragia tão abundante que não ia ser fácil chegarem [...] em segurança sem terem um apoio diferenciado, porque são 130 quilómetros, mais de uma hora de caminho", disse Nelson Cruz.

Após insistência dos bombeiros junto do CODU e do centro de orientação com o hospital, relatou, a mulher foi atendida às 08:04 por uma médica.

A ULS Oeste esclareceu na altura que a mulher foi "prontamente admitida" quando a unidade soube do seu estado, o que é rejeitado pela família e pelos bombeiros.

A Unidade Local de Saúde do Oeste agrega numa única entidade o Centro Hospitalar do Oeste, o Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste Norte e o Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste Sul, integrando os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Peniche, Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras, Sobral Monte Agraço.

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Versões do hospital e dos bombeiros contradizem-se. IGAS instaurou um processo de inquérito ao caso. Nos próximos dias, cinco hospitais voltam a encerrar as suas urgências obstétricas, entre os quais o Hospital das Caldas da Rainha, onde tudo aconteceu.

Notícias ao Minuto | 09:44 - 06/08/2024

[Notícia atualizada às 17h07]

Leia Também: ULS do Oeste perto das 12 mil cirurgias no primeiro ano de atividade

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