O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, confirmou que seis pessoas ficaram feridas, na sequência do mau tempo vivido na madrugada desta quinta-feira, com a passagem da depressão Martinho por Portugal continental.
Segundo o autarca, entre os feridos está um polícia municipal, um agente da Polícia de Segurança Pública, dois bombeiros e dois civis.
"Mostra também o trabalho desta noite. A minha solidariedade para com todos aqueles que foram afetados, sobretudo aqueles que foram feridos esta noite. São estas seis pessoas, mas penso que está tudo bem. A informação que tenho é que foram ferimentos, de certa forma, ligeiros", disse o autarca, em declarações aos jornalistas, no Centro de Comando Operacional Municipal em Monsanto.
Carlos Moedas falou ainda num fenómeno "muito único" de vento.
"Foi uma noite difícil para a cidade, com um vento de um violência que não se via há muito tempo. Ventos de 120km/h", frisou.
"Muitos trabalhadores estão cá há muitos anos e nunca tinham visto nada desta dimensão", disse. "É algo muito único", reiterou o autarca.
Registaram-se pelo menos 638 ocorrências até às 10h00, sobretudo quedas de árvores.
Carlos Moedas destacou ainda problemas na circulação de alguns elétricos. O elétrico 15 da Carris (Praça da Figueira -- Belém) ainda não estava a funcionar às 10h00, embora o autarca espere a reposição da normalidade de circulação destes veículos durante o dia.
A cidade, destacou, está funcional, apesar de terem de ser feitos trabalhos de normalização nos próximos dias.
"Pedimos às pessoas que reportem todos os casos. É muito importante reportar para que tenhamos esse registo. Ainda vamos ter dias pela frente aqui difíceis para pôr tudo na sua normalidade", disse.
Nas próximas horas, de acordo com Moedas, nem o Instituto Português do MAR e da Atmosfera (IPMA) nem a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esperam fenómenos extremos de vento, mas a continuação de tempo chuvoso, "embora nada preocupante".
"Neste momento aquilo que me indicam é que pode haver chuva, mas não risco de cheia", realçou.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), mais de 4.000 ocorrências relacionadas com o mau tempo foram registadas em Portugal continental entre as 00:00 e as 07:00, a maioria quedas de árvores e estruturas.
Portugal está sob efeito da depressão Martinho, que obrigou a avisos meteorológicos amarelos e laranja (o segundo mais grave numa escala de três) quanto a vento, chuva e agitação marítima fortes.
[Notícia atualizada às 11h41]
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