Alto Minho com 48 fogos rurais durante passagem de depressão

Várias zonas do distrito de Viana do Castelo, no Alto Minho, foram afetadas por um total de 48 incêndios rurais na noite passada, "algo que não é habitual para esta altura do ano", reconheceu hoje a Proteção Civil.

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© REUTERS/Susana Vera

Lusa
20/03/2025 13:33 ‧ ontem por Lusa

País

Mau tempo

O último fogo a ser resolvido foi o de Sabadim, no concelho de Arcos de Valdevez, já durante esta manhã, indicou Alexandre Penha, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em declarações aos jornalistas, no mais recente balanço das ocorrências registadas devido à passagem de depressão Martinho, com ventos muito fortes.

 

Esse último incêndio a ser extinto era "o que causava mais preocupações" e "forçou ao movimento de grupos de reforço de áreas mais distantes" para combater as chamas, detalhou o adjunto operacional, na sede da ANEPC, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.

A zona de Arcos de Valdevez foi a mais afetada, mas registaram-se também nos concelhos de Paredes de Coura e Ponte da Barca.

Questionado sobre uma possível origem criminosa dos fogos, Alexandre Penha respondeu apenas com a constatação de "má utilização de fogo", mas remeteu a averiguação das causas para as entidades competentes.

O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, denunciou, em declarações à SIC Notícias, situações de fogo posto.

Segundo o Comando Sub-Regional do Alto Minho, nenhuma habitação chegou a ser afetada pelos vários incêndios, apesar de terem estado em risco, e não há registo de vítimas.

O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez referiu que duas freguesias chegaram a ser ameaçadas pelas chamas e que estiveram a ser ponderadas evacuações.

O mau tempo registado à passagem da depressão Martinho pelo continente português, incluindo fortes ventos que motivaram um aviso meteorológico laranja (o segundo mais grave numa escala de três), deu origem a 5.800 ocorrências e 15 desalojados, de acordo com o mais recente balanço da Proteção Civil, que reconhece tratar-se de um número "acima da média".

O registo diz respeito ao período entre as 00h00 de quarta-feira e as 11h00 de hoje, com destaque para a queda de árvores, tendo-se verificado ainda algumas inundações.

Segundo o balanço feito por Alexandre Penha, além dos 15 desalojados, 13 pessoas tiveram de ser deslocadas.

O mau tempo afetou e continua ainda hoje a afetar linhas ferroviárias e estradas, bem como o funcionamento de portos.

Na quarta-feira, a partir das 12:00, o distrito de Viana do Castelo estava sob aviso amarelo (o menos grave de uma escala de três) devido à previsão de "vento forte de sul/sueste, com rajadas até 90 km/h (quilómetros por hora), sendo até 110 km/h nas serras", de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Na madrugada desta quinta-feira, entre as 00h00 e as 09h00, o IPMA elevou esse aviso para laranja (o segundo mais grave de uma escala de três), com a previsão de o distrito de Viana do Castelo ser afetado por "vento forte de sul/sueste, com rajadas até 90 km/h, sendo até 120 km/h nas serras", avisando que, depois das 09h00, passaria a amarelo, até às 12h00 do dia de hoje.

Na terça-feira, em conferência de imprensa, a ANEPC alertou para o agravamento da situação meteorológica no território do continente nos próximos dias, com precipitação por vezes forte, vento e agitação marítima, no âmbito da passagem da depressão Martinho.

[Notícia atualizada às 14h02]

Leia Também: Arcos de Valdevez aponta mão "criminosa" nos cinco fogos de quarta-feira

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