Marcelo destaca contributo de Francisco Guedes para diversidade literária

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte do editor e programador cultural Francisco Guedes, destacando o seu contributo para aumentar a diversidade da produção literária e promover encontros com escritores.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
26/03/2025 16:05 ‧ há 3 dias por Lusa

País

Francisco Guedes

Francisco Guedes foi um dos fundadores da chancela Húmus e do Festival Correntes d'Escritas, da Póvoa de Varzim, esteve também ligado à Asa e a outros projetos de festivais, além de ser autor em nome próprio, lembrou.

 

"Como editor, trabalhando por vezes com nomes pouco conhecidos e pequenas tiragens, aumentou a diversidade da produção literária portuguesa. E com o Correntes, o nosso festival literário de maior sucesso, reinventou formas de encontro com os escritores e de criação e manutenção de públicos", salientou Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada na página da Presidência.

Francisco Guedes morreu na segunda-feira, aos 75 anos, anunciou a editora Húmus, de que era cofundador e para a qual coordenava a coleção 12catorze.

Francisco Guedes nasceu em Matosinhos, distrito do Porto, em julho de 1949, filho do ator João Guedes, irmão da atriz Paula Guedes. Foi o criador do festival literário Correntes d'Escritas, projeto que apresentou em 1999 à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que teve a primeira edição em 2000 e que passou a organizar e dirigir.

O seu nome está também na origem de outros festivais literários no norte do país, como o LeV - Literatura em Viagem, que se realizou pela primeira vez na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, em 2006, e o FLiD - Festival Literário do Douro, que no ano passado teve a sua sexta edição no Espaço Miguel Torga, em São Martinho da Anta, concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.

A ligação de Francisco Guedes aos livros remonta a 1986, nas Edições Asa, onde se manteve como editor até meados dos anos de 1990, estando associado à revelação de novos autores e a publicações especiais como o catálogo dedicado à artista Gracinda Candeias, "A Pintura na Pele" (1992).

Na década de 1990, arriscou a publicação de vários livros com o jornal Público, muitos deles dedicados à gastronomia portuguesa, uns sob o seu nome, outros sob o pseudónimo Dulce Salgado, com que explorou as muitas maneiras de cozinhar diferentes grupos alimentares, e sempre com introduções e anotações de óbvio gosto literário.

A gastronomia está também patente nas obras que publicou na Dom Quixote no início dos anos 2000, como "Guia Anual dos Restaurantes de Portugal", "Receitas Tradicionais Portuguesas" e "As 100 Maneiras de Cozinhar Bacalhau e Outros Peixes", uma área que mais tarde levou para outras editoras como a Livros d'Hoje, onde expandiu as "202 Maneiras de Cozinhar Porco", e a Húmus, com as "123 Receitas da Cozinha Portuguesa - Sopas, Açordas e Migas".

A edição livreira continuou a marcar o seu percurso, com obras como a antologia "A poesia é tudo", editada com a Câmara da Póvoa de Varzim, no contexto do Correntes d'Escritas, e juntando-se ao grupo fundador das edições Húmus.

Nesta editora coordenava, desde 2020, a coleção 12catorze, que editou autores como António Hess, José Guardado Moreira, Ricardo Belo Morais, Isabel Cristina Pires, António Carlos Cortez, António Cândido Franco, Francisco Duarte Mangas, José Viale Moutinho, Fernando Mora Ramos, Jacinto Lucas Pires, Francisco Luís Parreira, Gaëlle Istanbul e António Cabrita, entre outros.

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