Os números estão estáveis mas são muito acima do diagnóstico previsto pois a estimativa era apoiar 200 pessoas no final do ano, mas "no final do ano tínhamos 1000 utentes", disse à Lusa o presidente da Ares do Pinhal, Paulo Lopes.
O projeto arrancou em setembro de 2023 e regista atualmente cerca de 350 entradas por dia de pessoas que podem usar o espaço para tomar um chá ou um banho, aceder à internet ter informação sobre saúde individual e pública, fazer rastreios a doenças infecciosas, fazer curativos, consultas médicas e psicossociais, além das salas de consumo vigiado.
Quatro anos após a abertura deste serviço, estão atualmente inscritas 3.200 pessoas, 20% das quais em situação de sem abrigo e com claras dificuldades em serem integrados em espaços de acolhimento, pela atual sobrelotação dos mesmos na cidade de Lisboa, o que dá a sensação de maior insegurança à comunidade.
Os números mensais do projeto contabilizam 721 utentes diferentes (que frequentam o espaço), 6.113 episódios totais (todas as entradas), 4.355 episódios fumados e 1.113 episódios endovenosos, sendo a heroína a substância fumada mais consumida e a Heroína+Cocaína a substância endovenosa mais consumida.
O serviço, 87% frequentado por homens, regista mensalmente mais de 6.000 seringas trocadas, de 30 consultas médicas, de 150 terapêuticas medicamentosas e mais de meia centena de pensos, além de rastreios de VIH ou de hepatites.
O projeto é apoiado pelo Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) e, em 20%, pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) que mensalmente atribuem 23 mil euros à Ares do Pinhal para desenvolver este projeto.
à associação tem chamado a atenção para a necessidade de um aumento do apoio no próximo concurso para o projeto, que deverá ser aberto a partir de agosto, para contratar mais equipas técnicas de apoio aos utentes e para atualizar vencimentos face à inflação.
O objetivo do SAI é promover a dignidade e a educação para a saúde da pessoa com comportamentos aditivos, prevenir a sobredosagem, reduzir riscos e danos na saúde física destas pessoas e promover a saúde pública contribuindo para reduzir o contágio de doenças transmissíveis.
As salas de consumo de droga vigiado, fumado e injetado, têm como objetivo possibilitar a pessoas com dependências o consumo de substâncias em condições dignas e asséticas, além de possibilitar a ligação aos serviços de saúde e sociais e, eventualmente, a ligação a tratamento.
Leia Também: Lisboa defende criação de regulamento municipal dos estabelecimentos hoteleiros