Na noite de segunda-feira, dia 15, Sónia Lima terá atirado ao mar as duas filhas, a pequena Viviane, de 19 meses, e Samira, que faria quatro anos daí a uma semana.
Desde cedo as circunstâncias da tragédia fizeram as autoridades suspeitar. O corpo de Viviane seria encontrado nas primeiras horas, na praia de Giribita, entre Caxias e Paço de Arcos. Sónia acabaria detida em prisão preventiva na Prisão-Hospital de Caxias, onde ainda se encontra.
Só vários dias depois, no passado domingo, dia 21, é que o corpo de Samira foi encontrado. A descoberta foi feita por populares, junto à zona onde a irmã mais nova tinha aparecido. À hora a que circulava a informação de que o corpo de Samira fora encontrado, decorria o velório de Viviane.
Pelo meio, circularam as histórias de acusações de violência doméstica relativamente a Nelson Ramos, o pai das meninas. Sónia Lima, com o fim da relação, terá mesmo acusado Nelson de abusar de uma das meninas.
Ao Notícias ao Minuto, há cerca de uma semana, Rui Maurício, advogado do pai, revelava-nos que no dia a seguir à tragédia chegou um “relatório da Segurança Social que concluía que as meninas estavam em risco, pois a mãe está desempregada e afastou-se dos seus pais”. A carta, que falava ainda no presente, chegara tarde demais.
O velório desta quinta-feira, de Samira, decorreu em condições semelhantes ao de Viviane. Em Rio de Mouro, duas famílias separadas por uma violenta tragédia voltam a partilhar o mesmo espaço para chorar o que as unia. Por perto, agentes à paisana mantém a discrição, garantindo a segurança.
O adeus a Samira, tal como o adeus a Viviane, dificilmente trará respostas satisfatórias. O tempo que se segue é o da Justiça, que ainda procura descortinar tudo o que se passou antes e durante a noite da tragédia de Caxias.