Carvalho, faia, acer, freixo, ginko ou pinheiro. No momento em que um ente querido ou animal de estimação morrem, há uma árvore que pode nascer. “Porque há vida depois da vida”.
O conceito já existe em Espanha e em países como a Argentina, mas só agora está a desenvolver-se em Portugal. As urnas ecológicas biodegradáveis são uma alternativa às urnas tradicionais, mas mais amigas do ambiente. E permitem substituir os cemitérios por florestas.
Nuno Gonçalves é fundador da SigmaPack, juntamente com a mulher, Raquel. No final de 2014, criaram uma parceria com uma empresa argentina e trouxeram para Portugal as urnas Restbox,que mais não são do que caixões criados a partir de materiais recicláveis.
“Para construir uma urna de madeira, são necessárias duas árvores. Já uma árvore dá para construir 100 urnas ecológicas biodegradáveis”, explicou Nuno ao Notícias ao Minuto.
Das urnas Restbox, a SigmaPack partiu para um novo produto, mais inovador que o primeiro. Chegaram, assim, as urnas Bios, concebidas para guardar as cinzas dos que já partiram. Feitas também a partir de material reciclado e complementadas com semente de uma planta à escolha, permitem “transformar alguém que morreu num novo ser”. O objetivo, a longo prazo, é fazer dos cemitérios jardins.
É com isso em mente que a SigmaPack está em negociações com as câmaras de Lisboa, Porto e Fundão, para a cedência de espaços que se possam transformar em jardins 'de recordações'.
No ano 2015, foram 150 urnas Bios, que podem ser 'plantadas' em jardins ou até num vaso, colocado dentro de casa. Criar um bonsai a partir das cinzas de um familiar é já uma possibilidade.
E porque os animais de estimação fazem parte da família, este produto adequa-se também a quem perdeu um cão, gato ou pássaro.
Nestes casos, a SigmaPack encarrega-se de todo o processo de despedida. Vai recolher o animal a casa do dono ou ao hospital veterinário, trata da cremação e entrega ao cliente a urna com as cinzas e as sementes de uma árvore.
“Eles são-nos tão fiéis, dedicam-se aos donos de corpo e alma e merecem, por isso, um fim digno”, explicou Nuno Gonçalves.