De acordo com o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, que já entregou o pré-aviso de greve para continuar a paralisação, os trabalhadores entendem que continuam por garantir as condições de segurança, essencialmente relacionadas com "as agressões a elementos do Corpo da Guarda Prisional".
A greve dos guardas prisionais dura desde dezembro do ano passado, tendo a APAR denunciado vários episódios que considera que são consequência da paralisação dos guardas e que não respeitam a dignidade dos reclusos.
Em protesto contra as condições em que se encontram estes reclusos, a APAR e um grupo de advogados vão concentrar-se à porta da cadeia do Linhó esta sexta-feira. Hoje, em declarações à Lusa, o advogado Ricardo Serrano Vieira, que faz parte do grupo que estará no protesto de apoio aos presos, explicou que "o não cumprimento dos 'serviços mínimos' tem, entre outros problemas, impedido que os reclusos mudem de roupa de cama, porque a lavandaria está fechada, e de vestuário, porque as famílias estão impedidas de levar a roupa suja ou de trazer a lavada".
Segundo a APAR, a greve dos guardas prisionais obrigou ao encerramento da lavandaria e os reclusos estão, por isso, sem poder lavar roupa há mais de 70 dias. Além disso, chegaram a ser impedidas as saídas das celas para os recreios, por falta de guardas prisionais. Segundo a associação, as duas horas de recreio para os reclusos já estão a ser cumpridas, depois de ter sido aceite participação ao Ministério Público, que foi entregue em mãos ao Procurador-Geral da República, pelo incumprimento dos serviços mínimos, mas permanecem outras divergências sobre os serviços mínimos entre os guardas prisionais e a APAR.
Além dos problemas na cadeia do Linhó, a APAR tem denunciado falta de condições também noutras prisões do país, tendo esta associação anunciado na semana passada que vai enviar para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos centenas de queixas de reclusos por falta de condições nas cadeias portuguesas.
Leia Também: Manifesto dos 50 sublinha "preocupação" do PGR em valorizar o MP