Perante a paralisação dos estivadores do porto de Lisboa, Basílio Horta (PS) transmite ao Governo a sua "profunda consternação e preocupação", enquanto autarca e presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, mas também "em nome de todos os empresários de Sintra, para os quais a presente situação comportará enormes prejuízos económico-financeiros e danos de credibilidade, porventura, irreversíveis".
O autarca manifesta as suas preocupações numa carta datada de 02 de maio, a que a Lusa teve hoje acesso, levando em conta a paralisação nos portos desde 20 de abril e com novo pré-aviso de greve até 27 de maio, mas o Sindicato dos Estivadores anunciou, entretanto, o prolongamento da luta até 16 de junho.
"Sintra está a recuperar a credibilidade e o dinamismo económico há tanto perdidos", afirma Basílio Horta, após referir que uma das prioridades do executivo municipal passa por "fomentar políticas dinâmicas e amigas do investimento", no sentido de revitalizar a economia do concelho.
O presidente da autarquia acrescenta, no entanto, não poder deixar de manifestar a "mais profunda inquietação pelas repercussões que estas paralisações poderão ter no município de Sintra, e obviamente em Portugal".
Embora considere que a ministra "tudo tem feito para solucionar e minorar" o problema, Basílio Horta dirige-se a Ana Paula Vitorino "dando voz às inquietações das empresas de Sintra, aos seus milhares de trabalhadores e a todos os cidadãos que acreditam no desenvolvimento económico do concelho, num futuro de prosperidade e numa desejável paz social".
O presidente do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal explicou à Lusa que o prolongamento da greve até 16 de junho se deve a "não se terem alterado as condições" do primeiro pré-aviso".
As empresas portuárias pretendem para o porto de Lisboa um "modelo de trabalho desregulamentado que vai levar ao despedimento coletivo dos estivadores", acusou o dirigente sindical.
Os estivadores estão a fazer greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados.
O Governo fixou, entretanto, serviços mínimos para os portos do país, visando assegurar a "satisfação de necessidades sociais básicas e impreteríveis".