"O júri, reunido esta tarde, decidiu galardoar o professor catedrático de Química em função, não apenas pelo seu percurso como cientista, professor e divulgador da ciência, mas também pela sua intervenção cultural, sobretudo através da fotografia e da crítica musical", lê-se no comunicado da Universidade de Lisboa.
Na ata, o júri afirma que Jorge Calado, "cientista de formação, humanista por vocação, no seu percurso profissional e na sua intervenção pública, cruzou sabores, cultivou de modo singular as ciências e as humanidades, tornando-as acessíveis e atraentes para um público alargado, através de uma consistente intervenção de relevante significado cívico".
O júri da edição deste ano foi presidido por António Cruz Serra, e constituído pelas personalidades Henrique Leitão, José Matos, Jorge Manuel Barbosa Gaspar, Bárbara Reis, José Maria Brandão de Brito, Carlos Salema, José Pedro Sousa Dias, Eduardo Paz Ferreira, Maria do Carmo Fonseca, Guilherme d'Oliveira Martins e Teresa Patrício Gouveia.
O Prémio Universidade de Lisboa, no valor pecuniário de 25.000 euros, é atribuído anualmente "com o objetivo de distinguir o mérito de uma individualidade que tenha contribuído, de forma notável, para o progresso da Ciência ou da Cultura e [para a] projeção internacional de Portugal", segundo o comunicado da Universidade de Lisboa.
Nas anteriores edições foram distinguidos a cientista Odette Santos Ferreira (2006), o médico imunologista António Coutinho (2007), o catedrático de Ciências Filipe Duarte Santos (2008/2009), o geógrafo Jorge Gaspar (2010), o constitucionalista Jorge Miranda (2011), o pensador Eduardo Lourenço (2012) e o neurocirurgião e cientista João Lobo Antunes (2013).
Em 2014, foi distinguido o ex-político Adriano Moreira (2014), que o júri, então, apontou como "uma das mais brilhantes e inteligências lúcidas do seu tempo, um exemplo para toda a academia e para a sociedade, pela firmeza das suas convicções, pelo empenho cívico, pelo serviço e defesa da causa pública, da cultura e do livre pensamento".
No ano passado o distinguido foi o arquiteto Nuno Teotónio Pereira que o júri qualificou como "um profissional brilhante" que "se assume como uma figura ética que, desde sempre, soube afirmar posições de grande vigor cívico".
O arquiteto Nuno Teotónio Pereira autor e coautor de projetos como o Bloco das Águas Livres, em Lisboa, que pensou a habitação social e defendeu os direitos cívicos e políticos durante a ditadura, morreu este ano, a 20 de janeiro, a poucos dias de completar 93 anos.