Câmara de Lisboa contabiliza custos para assumir gestão da Carris

O vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa disse hoje que os serviços municipais já estão a trabalhar na contabilização dos custos para a autarquia com a gestão da rodoviária Carris a partir de janeiro de 2017.

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Lusa
20/06/2016 19:54 ‧ 20/06/2016 por Lusa

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2017

Reconhecendo que "tem de haver um investimento do ponto de vista municipal", Carlos Manuel Castro adiantou que "estão a ser desenvolvidos trabalhos neste momento, do ponto de vista dos custos".

"Vai ser um caminho complicado e longo e nós, na Câmara, estamos disponíveis para isso e por isso é que vamos assumir a partir de janeiro a gestão da Carris", acrescentou o responsável pelo pelouro da Mobilidade de Proximidade da autarquia.

Ainda assim, Carlos Manuel Castro vincou que a "primeira batalha é a conquista dos utentes".

"Estar a sustentar um serviço que não é eficiente e que não serve ninguém? Seríamos loucos", considerou.

Por isso, reforçou que "há aqui um trabalho que está a ser feito pelos serviços do município no sentido de enquadrar a melhor resposta para a cidade de Lisboa".

O autarca apontou que em freguesias de Lisboa como o Parque das Nações, Olivais e Santa Clara, "os transportes públicos são quase inexistentes a partir de determinada hora e quando existem são escassos".

"É um novo modelo que vamos ter pela frente", que visa "promover uma eficiência maior", vincou.

Carlos Manuel Castro falava na conferência "Da mobilidade à acessibilidade - Os transportes nas cidades portuguesas em 2030", que decorreu no Instituto Superior Técnico, organizada pela associação Sistema e Serviços Inteligentes de Transporte.

Questionado pela audiência sobre o possível alargamento da rede do Metropolitano de Lisboa, cuja gestão a autarquia também reivindica, o vereador referiu que se a Câmara tivesse "uma varinha mágica", apostaria na expansão até à zona ocidental da cidade, por exemplo até Alcântara, que não é servida por este meio de transporte.

Contudo, "uma expansão do Metro tem custos muito elevados", pelo que "nunca será feita de forma imediata".

"Devemos ter os pés bem assentes na terra e sermos responsáveis" para "ver se estamos em condições de fazer esse investimento", assinalou Carlos Manuel Castro.

A subconcessão das empresas públicas de transporte foi lançada pelo Governo de Passos Coelho (PSD/CDS-PP), que tinha atribuído à espanhola Avanza a exploração da Carris e do Metro de Lisboa, à britânica National Express, que detém a espanhola Alsa, a STCP, e à francesa Transdev o Metro do Porto.

No entanto, nove dias depois de ter entrado em funções, o executivo de António Costa (PS) suspendeu "com efeitos imediatos" o processo.

Hoje, o grupo mexicano ADO, que venceu a subconcessão do Metropolitano de Lisboa e da rodoviária Carris através da participada espanhola Avanza, anunciou que avançou com a impugnação da anulação dos contratos assinados com o Governo português.

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