Em declarações à agência Lusa, Paulo Constantino, porta-voz do proTEJO, disse que, caso o Governo espanhol não volte atrás na decisão de construir o armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz, o Governo português deve atuar junto das instâncias europeias, "a única via legal para tentar travar o processo".
"A central de Almaraz já devia estar fora de funcionamento, está obsoleta e o armazém de resíduos nucleares serve para estender o prazo de funcionamento da central, o que nós dizemos que é inaceitável", sublinhou.
Paulo Constantino defendeu, ainda, que os partidos políticos e os diversos movimentos e associações ambientalistas e cívicas devem também fazer pressão, sobretudo ao Governo espanhol, para tentar reverter a decisão tomada.
O ambientalista alertou ainda para o facto das medições à radioatividade nas águas do rio Tejo, feitas pelo Campus Tecnológico Nuclear do Instituto Superior Técnico (IST), mostrarem níveis superiores aos que são verificados em outros rios portugueses, "por influência da central nuclear de Almaraz".
O Governo espanhol deu luz verde à construção do armazém para resíduos nucleares na central de Almaraz, localizada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa, através de uma resolução da Direção-Geral de Política Energética e Minas do Ministério da Energia.