Depois de considerar que "são os homens e mulheres de exceção que moldam o futuro e marcam a história", Esperança exemplificou com os "Capitães de Abril" e os "quatro líderes civis que emergiram da Revolução que os militares fizeram", aludindo a Soares, Álvaro Cunhal, Diogo Freitas do Amaral e Francisco Sá Carneiro.
Carlos Esperança sustentou que "as circunstâncias e o homem fizeram de Soares o principal obreiro civil da democracia", especificando que "foi o mais pragmático na interpretação da vontade dos portugueses (...) e nisso pôs a sua determinação, coragem física e intelectual, numa entrega que se prolongou até ao fim (...)".
Para o dirigente da AAP, "o desaparecimento de Mário Soares deixa o sabor amargo de um antifascista que parte, do lutador que nunca desistiu, de um vulto de rara dimensão cultural, cívica e política".
A terminar, Esperança escreveu: "Tombou um gigante".
Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.