Delegações governamentais dos dois países estiveram presentes nas comemorações do politécnico, em Bragança, marcadas este ano pela expectativa de "uma nova fase na relação e na cooperação científica e tecnológica entre Portugal e São Tomé", como sublinhou o ministro português Manuel Heitor.
Os dois países celebraram um protocolo que assenta na experiência acumulada no politécnico de Bragança durante os últimos anos para apoiar a criação de centros de investigação em São Tomé e Príncipe.
O ministro português explicou que esta cooperação é direcionada para a ligação atlântica, mas também para outras áreas, nomeadamente a agrícola ligada às culturas do cacau e do café, da saúde e da qualidade da via humana.
"Associar o dia do politécnico à cooperação com África e com os países de expressão portuguesa, penso que é um facto particularmente importante e a presença do ministro de São Tomé acho que é muito relevante para aquilo que tem sido o trabalho feito pelo politécnico de Bragança com outros países de expressão portuguesa", observou Manuel Heitor.
O governante explicou ainda que "neste momento não há nenhum centro de investigação em São Tomé e Príncipe" e que se pretende com o politécnico de Bragança é a garantir a possibilidade de vir a criar neste país centros de investigação para poder ajudar a atividade de formação de quadros, mas também a atividade económica.
O ministro da Educação, Cultura e Ciência de São Tomé e Príncipe, Olinto Daio, lembrou que o país já trabalha com o instituto de Bragança desde 2010numa cooperação em que o pais lusófono quer "melhorar o sistema científico nacional e garantir uma educação de qualidade aos cidadãos".
Há cerca de 120 alunos de São Tomé a estudar no IPB e o ministro acredita que este número vai aumentar, embora a aposta para o futuro seja "que cada vez mais os estudantes possam estudar mesmo no país".
"E para isso há um grande trabalho que nós temos que fazer e a nossa participação numa rede científica internacional é importante", vincou.
O governante realçou que a presença de São Tomé hoje em Bragança "é importante" por que o país acredita "nesta parceria e neste trabalho de cooperação" que tem vindo a desenvolver com o IPB e "tem dado resultados".
"Nós queremos continuar e acreditamos também que os são-tomenses que estão a ser formados aqui, quando regressarem poderão também dar continuidade não só para o desenvolvimento do próprio país, mas também no domínio da investigação científica", declarou.
O presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, destacou "a dívida" para com "a instituição irmã", lembrando que São Tomé permitiu "afirmar o politécnico de Bragança no seio da lusofonia e a nível internacional"."
"Foi de facto devido à ligação que temos com São Tomé e a todos os horizontes que nos abriu na cooperação com África é que nós hoje somos a única instituição portuguesa que tem apostado em agricultura tropical", afirmou.
Portugal está, segundo o presidente do politécnico, a recuperar o conhecimento que já teve da agricultura tropical, graças "a todo o trabalho que foi feito em São Tomé em ligação com a universidade e com as pessoas de lá".