Associações portuguesas de defesa dos animais assinam uma petição europeia para acabar com o transporte de animais da Europa para o Médio Oriente.
O Eurogroup for the Animals, uma organização europeia com sede em Bruxelas, lançou a petição 'Stop the trucks', pedindo o fim do transporte de grandes distâncias de animais vivos da Europa para países do Médio Oriente.
"A cada ano, pelo menos mil milhões de aves e 37 milhões de cabras, porcos, ovelhas, vacas e cavalos são transportados durante longas distâncias da UE para outros países", lê-se na petição, que pode ser assinada por qualquer cidadão europeu.
O transporte de animais de distâncias muito longas "expõe os animais a exaustão severa, desidratação, lesões, e até à morte", refere a petição. Além de também aumentar o risco de surtos de doenças. Perante este cenário, os criadores da petição (da Alemanha, Países Baixos e Dinamarca) recomendam uma revisão do regulamento relativo ao transporte de animais vivos.
A petição justifica-se pelo facto de os números mostrarem que o seu transporte de longa distância ter aumentado desde a aplicação do Regulamento da UE relativo ao transporte de animais em 2007. Além disso, lê-se, há uma lacuna significativa entre as exigências da legislação e as disposições disponíveis evidência científica.
Por tudo isto, o Eurogroup for the Animals sugere que o transporte de animais vivos tenha um limite máximo de oito horas e que a distância entre o local onde os animais nascem e o matadouro seja a mais curta possível.
Por cá, é a SOS Animal - Grupo de Socorro Animal Portugal a representar Portugal na campanha. "Para os animais europeus que são enviados vivos para o Médio Oriente, há apenas uma coisa pior do que ser morto: sobreviver à jornada tenebrosa", escreve a associação, encorajando os cidadãos a assinarem a petição.
A ANIMAL também se juntou à iniciativa, embora inicialmente tenham negado participar "apenas por questões ligadas ao que defendê-mos", escreveu a associação numa publicação no Facebook.
Mas porque "é preciso engolir algumas coisas com as quais não estamos tão à vontade, e pensar no bem maior. Não é sempre assim, mas neste caso cremos que se aplica", esclarece ainda.