Na sequência das polémicas que ocorreram nas últimas semanas em França, em torno de François Fillon e o ministro do Interior francês, Bruno Le Roux, que acabou por se demitir por causa de uma investigação ao facto de ter dado empregos no Parlamento a familiares, Joaquim Jorge faz uma comparação com o caso português.
“Em Portugal oito deputados acumulam negócios, são sócios de empresas com contratos públicos. Em relação a Fillon e Bruno Le Roux, tudo pode ser legal e não existir nenhuma irregularidade. Todavia, ter colaboradores familiares em política já não é algo aceitável. A imagem que passa é o aproveitamento do cargo que se exerce”, explicou.
No entender do fundador do Clube dos Pensadores, “não se pode estar na política para arranjar empregos para a família, tem que se estar na política com o fito de resolver os problemas dos cidadãos, e não, resolver os problemas pessoais”.
Joaquim Jorge cita ainda o exemplo de George Osborne, deputado conservador, que “foi nomeado editor do maior diário de Londres, o London Evening Standard” e refere que “há um conflito de interesse notório entre a sua posição como deputado e a orientação que dará a um jornal muito lido”.
No caso português, indica, um dos casos mais graves, em relação a deputados, “é o exercício de deputado com as famosas sociedades de advogados”. “Em Portugal, um político deveria ter unicamente um cargo público devidamente remunerado e acabava-se com esta promiscuidade”, atira.
“A moral da história é que não se pode estar na política para arranjar empregos para a família e negócios para proveito próprio”, termina Joaquim Jorge.